Numa lotérica da Rua Major Sertório, no Centro, os 25 talões que chegaram na segunda-feira passada foram vendidos no mesmo dia. Na região do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul, outra lotérica credenciada está sem talão desde o início de junho. Ali, onde são vendidos, em média, 20 blocos por mês, os talões acabaram em quatro dias.
A partir de 1º de julho, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) vai aumentar o valor da folhinha unitária de R$ 1,80 para R$ 3,00 - o primeiro reajuste em oito anos. O talão com dez folhas que hoje custa R$ 18,00 será vendido a R$ 28,00, com um abatimento de R$ 2,00. As folhinhas adquiridas antes do aumento continuarão valendo. E as que forem vendidas depois do dia 1º terão de ser comercializadas com o valor antigo que trazem impresso, de R$ 1,80.
A CET afirma que não restringiu a distribuição dos talões para evitar estoques e que está repondo os distribuidores. Mas há dez dias os pontos de venda no Parque do Ibirapuera, por exemplo, estão proibidos de vender os blocos completos. "O usuário pode comprar no máximo cinco folhas", disse um dos funcionários.
Do lado de fora do Ibirapuera, os flanelinhas, que já superfaturam com o comércio ilegal de Zona Azul, preparam-se para tirar ainda mais vantagem depois do aumento. Só eles conseguem comprar os talões nos postos credenciados daquela área. "Se quiser vou ali e compro dois para você. Mas vou te vender a R$ 25,00 cada um", propôs à reportagem, que o abordou sem se identificar.
Fonte: Jornal da Tarde (SP), 15 de junho de 2009