Fonte geradora de transtornos para os paulistanos em geral e para os motoristas que chegam a São Paulo, a Marginal do Tietê é caminho diário de 1,2 milhão de veículos. Registra diariamente, nos períodos de pico, 30 km em média de congestionamentos, ou 25% do total de lentidão medida em toda a Capital. Estudos mostram que esse congestionamento crônico provoca o desperdício de 1,7 milhão de horas/ano de quem nele fica preso, sem poder atender a seus compromissos, além de 1,5 milhão de litros de combustível por ano consumidos pelos veículos que trafegam em marcha lenta. Os danos provocados pela poluição são imensuráveis. Conforme os técnicos que prepararam o projeto de ampliação da Marginal do Tietê, os gargalos de trânsito dos bairros do Tatuapé, Bom Retiro e Santana serão em boa parte resolvidos e estima-se que o tempo das viagens terá redução de 35%, com a construção das novas pontes e viadutos. Também quem chega e parte de São Paulo pelas Rodovias Castello Branco, Ayrton Senna, Dutra, Fernão Dias, Anhanguera e Bandeirantes terá maior tranquilidade.
Em entrevista ao Estado, o governador José Serra afirmou que o investimento na Marginal não será a solução para o congestionamento da cidade. "Ninguém tem a ilusão de que o problema de trânsito será resolvido só com obras viárias. A expectativa é de aliviar."
A explicação de Serra foi, certamente, uma resposta a quem critica o governo por investir na malha viária e, assim, estimular o transporte individual em detrimento do transporte público. Acontece que, em malha viária congestionada, os ônibus também ficam parados.
Além disso, é preciso lembrar que o governo do Estado investe, por meio do Plano de Expansão 2007-2010, R$ 20 bilhões para quadruplicar as redes sobre trilhos, em novas linhas de metrô e da CPTM, o que assegurará transporte sobre trilhos para 4 milhões de pessoas até 2014 e reduzirá o tempo de viagens em 25%.
A necessidade dos projetos em andamento é inquestionável. Importante será assegurar a continuidade do Plano de Expansão pelos próximos anos para que o atraso do setor de transporte seja superado.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 10 de junho de 2009