A implantação do sistema de estacionamento rotativo em Fortaleza, mais conhecido como Zona Azul, não deixa de causar polêmica entre os motoristas da Capital. Desta vez, o local com o sistema de rotatividade difere dos estabelecimentos comerciais do Centro e Aldeota.
É um prédio localizado na Rua Coronel Linhares, na Aldeota, sem lojas, como na Avenida Monsenhor Tabosa, apesar de abrigar escritórios.
Mesmo assim, a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviço Públicos e Cidadania (AMC) decidiu implantar o sistema este ano na Rua Coronel Linhares com Avenida Dom Luís, mais especificamente nas proximidades do Edifício Top Center.
Inviável
De acordo com alguns funcionários que trabalham nos escritórios do prédio comercial, ficou inviável estacionar próximo ao trabalho em decorrência dos valores que serão gastos com a Zona Azul. Se, anteriormente, os funcionários podiam estacionar gratuitamente no local; agora, só será permitido mediante o pagamento de R$ 1 por cada duas horas na vaga.
Visando a possibilidade de retirada do estacionamento rotativo, a administradora Rosina Popp Torres, da Fundação Konrad Adenauer, organizou um abaixo-assinado com mais de 300 colaborações.
Rosina pede a retirada da Zona Azul do local sob a justificativa de que inviabiliza o estacionamento local. "Acho um absurdo. Agora, as pessoas não têm mais como estacionar livremente no local. Tudo terá que ser pago", diz.
Rosina, que trabalha diariamente no prédio, não vê outra alternativa senão pagar pelo estacionamento. Mesmo assim, ela acha que a medida é injusta para com os trabalhadores.
"Eu tenho que pagar R$ 1 pela cartela de duas horas. No mínimo, gasto R$ 4 por dia. No final do mês, terei gasto R$ 80. É uma boa quantia em dinheiro por um estacionamento que não oferece sequer segurança para os veículos", salienta.
Com a implantação da Zona Azul, o local destinado ao estacionamento passou a ficar vago. As pessoas que deixavam os veículos na Rua Coronel Linhares, não freqüentam mais o local constantemente.
"Não temos mais alternativa de estacionamento. Não podemos também ir ao trabalho a pé, porque sabemos do perigo que corremos", diz Rosina.
Enquanto não tem solução para a Zona Azul, Rosina espera que a AMC possa reverter de alguma forma a situação.
"Já entreguei um processo na AMC e eles me deram 15 dias para dar alguma resposta. Enquanto isso, a gente espera", completa.
Fonte: Diário do Nordeste (Ceará), 07 de março de 2007