Parking News

O primeiro dia da presença maciça de agentes de trânsito no entorno dos prédios do Tribunal de Justiça do Estado, da Prefeitura Municipal de Belém e do Museu do Estado pegou de surpresa os motoristas e flanelinhas que usavam as pistas de rolamento para estacionamentos proibidos, em filas duplas e até triplas. Quem insistia tinha seu carro guinchado.

A Companhia de Trânsito de Belém (Ctbel) colocou na área um efetivo de oito agentes de trânsito, um guincho e duas viaturas para acabar de vez com os abusos cometidos pelos proprietários de veículos que usavam as pistas para estacionar seus carros. Só é permitido, agora, estacionar nas laterais, como acontecer em outros pontos.

A nova postura adotada pela Ctbel, fazendo fazer as leis de trânsito, recebeu aplausos de uns e críticas de outros. O local, com as medidas, parece bem diferente, longe daquele cenário caótico, onde os veículos ficavam dispostos aleatoriamente, provocando congestionamentos e irritações em quem passava por ali.

Sem querer se identificar, o dono de um estacionamento próximo da praça localizada atrás do prédio da PMB elogiou, é claro, a organização. Gostou tanto que ontem mesmo aumentou para R$ 3 a hora de estacionamento do seu pátio, que já havia recebido, por volta das 10 horas, um número de carros superior ao de costume, no mesmo horário.

Se a nova ordem foi um bom negócio para uns, a mesma sorte não tiveram os flanelinhas que trabalham no local. Reginaldo Ferreira da Costa, 44 anos, diz trabalhar há 20 anos como guardador de carros no estacionamento atrás do prédio da PMB, onde chegava a organizar filas triplas de carros.

Diz que faturava em torno de R$ 120 por semana, renda que garantia a sua sobrevivência, da mulher e de dois filhos no bairro Bengui. "E agora?", indagou, dirigindo-se aos quatro outros colegas de profissão no mesmo espaço.

No entorno, diz o flanelinha, trabalhavam cerca de 15 colegas. Todos faturavam, em média, R$ 20 por dia. A função era disputadíssima. Ele criticou a ação da Ctbel, dizendo que a medida só vai prejudicar pais de família.

Reginaldo tem esperanças de que os funcionários do TJE e da própria prefeitura consigam derrubar a ação nos próximos dias. "Eles serão também prejudicados, pois vão ter que pagar estacionamento. Tomara que seja apenas entusiasmo só para aparecer para a imprensa. Depois a gente volta", avaliou.

De acordo com o agente de Trânsito Souza, a ordem é fazer cumprir a lei de trânsito no local, evitando o caos de outrora. O agente diz acreditar que pelo menos dois agentes vão permanecer na área, para dar prosseguimento à ação. Olhando para o fluxo de veículos e até para a "limpeza" do ambiente, depois da proibição, Souza não tem dúvidas de que a medida era necessária.

Fonte: O Liberal (Pará), 02 de março de 2007

Categoria: Geral


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