A municipalização do trânsito em São Mateus, no Norte do Estado, deve ser tornar realidade em breve. A cidade enfrenta problemas com o fluxo de veículos e, principalmente, com as poucas vagas de estacionamento no centro. O projeto está sendo elaborado pela prefeitura e deve ser encaminhado para a Câmara de Vereadores neste semestre.
Além de atuar na fiscalização das leis de trânsito, a prefeitura deve implementar um projeto polêmico, que é o estacionamento rotativo. Ainda não há definição sobre quais ruas terão o estacionamento e quanto custará ao motorista. O objetivo é desafogar o centro, diminuindo o número de carros que ficam parados durante todo o dia.
Aumento. "Nos últimos seis anos houve um aumento de 40% na frota de veículos da cidade. A disputa por espaços ficou maior tanto para o pedestre, quanto para o motorista. Antes de encaminhar o projeto à Câmara vamos discutir com o Detran", afirmou o prefeito Lauriano Zancanela.
A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) apóia a idéia. "No que depender da CDL vamos mobilizar todos os comerciantes para aderirem ao projeto. O trânsito precisa melhorar para que o consumidor tenha mais facilidades para chegar ao comércio. Hoje temos lojas que ficam com dois, três carros, de donos e funcionários, ocupando vagas durante todo o dia. Isso dificulta o acesso do consumidor às lojas", disse Adão Henrique, tesoureiro da CDL de São Mateus e presidente da Federação das CDLs no Estado.
Mudanças em ruas também em discussão
O projeto também deve contemplar a mudança de mão em algumas ruas e dar fim a pequenas confusões em alguns cruzamentos, que acabam recebendo carros de todas as direções. Um dos pontos mais questionados pela população é a avenida João XXIII, no bairro Boa Vista.
A avenida, que é uma das mais movimentadas da cidade, opera nos dois sentidos, possui estacionamento nos dois lados e uma ciclovia. Há diversos relatos de pequenas colisões entre carros e bicicletas. Uma das propostas é desviar um dos sentidos da avenida para a rua de trás, a José Tozze. Temendo criar mais polêmica, a prefeitura diz que mudanças na avenida ainda não estão definidas.
Idéia é contratar jovens carentes
O Conselho Municipal de Segurança defende a idéia de aproveitar adolescentes de escolas públicas para vender os tíquetes do estacionamento rotativo e verificar sua utilização nos veículos. A fiscalização das leis de trânsito ficaria a cargo de agentes, que seriam contratados através de concurso.
O presidente do Conselho Municipal de Segurança, Dielson Soares, disse que várias mães procuraram a Polícia Militar para tentar obter uma vaga para o filho. "Seria uma maneira de unir dois interesses. Há uma demanda muito grande por empregos para jovens adolescentes". A proposta é vista com bons olhos pelo prefeito Lauriano Zancanela. "Se for dentro da lei, seria uma ótima oportunidade para jovens de famílias mais carentes".
Segundo Dielson, a cidade comportaria 40 guardas-mirins. O pagamento sairia da própria cobrança do estacionamento rotativo. "Ainda precisamos fazer uma consulta jurídica para saber da legalidade", completou.
Fonte: A Gazeta (Espírito Santo), 05 de março de 2007