- Usar óleo de um tipo mais grosso estraga o motor ou aumenta o consumo de combustível?
G1 - O óleo com viscosidade mais elevada, ou seja, mais grosso, tende a lubrificar melhor. Entretanto, o motor, principalmente com baixa quilometragem, ainda não possui folgas e um óleo mais denso afetaria sim o seu consumo. Um óleo com essa característica é mais recomendado para motores com alta quilometragem, cujo velocímetro já ultrapassou os 100 mil quilômetros. Nesse caso o motor já possui folgas maiores e o óleo mais grosso viria a compensar a lubrificação. O óleo indicado para cada motor leva em consideração uma série de fatores como, por exemplo, a rotação submetida. Um motor de alta performance que recebe óleo mais grosso do que o especificado terá a bomba de óleo comprometida. Isso provoca uma sensível diminuição da vida útil da bomba, pois vai diminuir a pressão e a vazão. No final isso acabará por provocar a oxidação do óleo e também o entupimento dos canais de lubrificação, o que trará danos gravíssimos aos componentes móveis, levando o motor a parar por deficiência de lubrificação.
- A luz da bateria começa a acender no meu carro depois de um tempo com o carro em movimento. Isso é normal ou indica algum problema?
G1 - Possivelmente, o motor do carro está com a rotação de marcha lenta muito baixa. Considerando que tal situação aconteça em condições desfavoráveis, como, por exemplo, o famoso "anda-e-para" das grandes cidades. Porém, é bom verificar se o alternador está carregando o suficiente em marcha lenta com todos os acessórios desligados como, por exemplo, rádio, faróis etc. Pode também ser um problema no regulador de voltagens. Para esclarecer sua dificuldade, basta consultar um bom eletricista, para que ele meça com um voltímetro a capacidade de voltagem e com um amperímetro a corrente do alternador.
- Meu carro está fazendo barulhos estranhos. O mecânico disse que pode ser rolamentos danificados ou a correia dentada. Será isso mesmo?
G1 - A correia dentada quando com folgas acaba patinando na polia, ou seja, roda em falso e assim não consegue obter a tração necessária para girar o alternador. Como consequência, o alternador não gera energia elétrica suficiente para atender a demanda de consumo para o correto funcionamento do carro. Nota-se essa deficiência ao dar a primeira partida no motor, principalmente após um período prolongado de repouso. O tensionamento correto da correia, assim como o estado de conservação dela, é de fundamental importância para o funcionamento adequado do alternador. Detectar barulhos é uma maneira de o motorista se prevenir de falhas e panes, mas no caso dos rolamentos requer certo conhecimento. Porém, quando detectados devem ser trocados com a maior brevidade possível.
- Quanto é o máximo admitido por uma fabricante para trocar roda e pneu? E pela lei?
G1 - De acordo com os fabricantes de pneus e também com as montadoras de automóveis, é possível trocar o conjunto de roda e pneu, desde que o diâmetro externo seja mantido ou no máximo sofrer variação de até 3%, tanto para mais ou para menos. Ou seja, será uma alteração sutil que não irá comprometer a dinâmica do automóvel. Já a lei define, de acordo com os itens I e II do artigo 8 que consta da resolução 292 do Denatran, que é proibido tanto aumentar quanto diminuir o diâmetro externo do conjunto roda/pneu. Esse mesmo conjunto também não pode ultrapassar os limites externos dos pára-lamas. Em outras palavras, é permitido fazer a troca dentro das normas da legislação, porém ao trocar as rodas originais é preciso ficar atento. Quando aumentar o aro será preciso diminuir o perfil do pneu, ou seja, a altura, a fim de manter o diâmetro externo do conjunto roda/pneu inalterado.
- Quero fazer uma checagem no ar-condicionado. De quanto em quanto tempo deve ser feita essa inspeção?
G1 - É recomendável fazer uma inspeção anual no sistema do ar-condicionado. Nesse serviço, além de possíveis vazamentos, será verificado também o filtro, que retém impurezas vindas do ar externo e ainda pode acumular fungos, se não for trocado periodicamente. O nível do gás é outro item a ser checado. Se ele não estiver em ordem, o condicionador não vai esfriar o ambiente.
- Tenho um carro flex, posso colocar gasolina aditivada?
G1 - Pode sim, a maioria dos fabricantes não faz ressalvas nesse sentido, porém é bom lembrar que a gasolina do tipo comum tem uma composição igual em qualquer posto onde for abastecer independentemente da bandeira (marca), ou melhor, esse é o pressuposto desde que não ocorra adulteração. Já no caso da gasolina aditivada, cada marca de combustível faz sua própria composição. Assim sendo, a gasolina aditivada tende a sofrer variações e isso o motorista pode associar a falhas no sistema do motor flex, o que não é uma verdade.
- Ainda tenho medo de ter um carro flex. Minha dúvida é se esse carro vai durar o mesmo que dura um com motor a gasolina.
G1 - Desde que foi lançado o primeiro motor do tipo bicombustível, as fábricas garantem a mesma durabilidade ao motor flex de uma versão similar a gasolina. Contudo, assim como um motor somente a álcool, a gasolina ou mesmo movido a diesel, tudo vai depender do uso adequado. Se o motorista seguir as recomendações do fabricante não há com que se preocupar.
- É verdade que existe uma válvula no carro que no caso de uma batida ou de um acidente forte corta o combustível?
G1 - É uma informação verdadeira. Esse dispositivo também é conhecido por interruptor inercial. Trata-se de um dispositivo que corta a alimentação elétrica da bomba de combustível em caso de acidente ou colisão. Ao evitar o envio de combustível, a medida de segurança serve para impedir um possível incêndio com o automóvel.
Fonte: portal G1, 20 de dezembro de 2009