Segundo Mauro Botelho, gerente financeiro da Aliansce, os serviços - que no caso da companhia incluem a administração do shopping, a do condomínio e a sua comercialização e o estacionamento- fazem cada vez mais parte do seu core business e estratégia. "Os serviços são um diferencial e agregam valor aos shoppings, aumentam o potencial do empreendimento. Um estacionamento mal operado é percebido pelo cliente, e altera a sua decisão de consumo", explica.
Hoje, o executivo afirma que não operam o estacionamento apenas no Santana Parque Shopping, que possui um acordo com a General Shopping, e no Boulevard Shopping Belém, por ser recém-inaugurado. Mas há outros três centros de compras do seu portfólio em que o estacionamento ainda não é cobrado e pode passar a ser: no Iguatemi Salvador, no Super Osasco Shopping e no Boulevard Shopping Campina Grande.
"Essa é nossa perspectiva. Em Salvador, já estamos prontos, e se tornará uma receita importante no futuro, já que é um shopping de grande movimento, de 500 mil carros por mês", diz. Nos demais, a empresa aguarda apenas um acordo com as outras operações que estão no mesmo terreno dos shoppings, como hipermercados, com os quais devem estabelecer um tíquete mínimo para dar isenção de taxa de estacionamento a clientes que fizerem pequenas compras.
Com expansão de quatro shoppings este ano, onde investirão R$ 42,1 milhões, e outras quatro previstas para 2011, deve ocorrer a ampliação de vagas, o que também elevará a renda. Renato Botelho, diretor financeiro da Aliansce, destacou que em curto prazo a empresa anunciará novos negócios, que podem ser aquisições ou novos projetos, mantendo o ritmo de inaugurar um shopping por ano.
O executivo alega que estudos mostram que as vagas de estacionamentos gratuitos são mal aproveitadas, uma vez que são usadas por pessoas que moram e trabalham perto do shopping e este é um argumento para passar a cobrar por ele. A receita obtida traria redução de custos para os lojistas.
Na General Shopping, que possui 13 shoppings e um autoshopping, o montante obtido com esses serviços também já está representando mais dentro da receita bruta total e vem se destacando, conforme disse ao DCI Alessandro Veronezi, presidente da companhia. Hoje, a empresa é responsável pelo estacionamento de oito shoppings e prevê potencial de implementá-lo em outros quatro malls.
No primeiro trimestre, a receita com serviços aumentou 13% sobre o mesmo período do ano passado (R$ 5,4 milhões), alcançando R$ 6,3 milhões. A maior parte desse valor é composta pelo faturamento dos estacionamentos, que foi de R$ 4,6 milhões no primeiro trimestre - alta de 17%.
A Iguatemi Empresa de Shopping Centers é outra que obtém uma receita significativa do estacionamento. No seu caso, ele representa 15% da receita bruta e cresceu 29,6% frente a 2009. A companhia mostrou, nos resultados do início do ano, que o tíquete médio do estacionamento subiu 25,5% e o fluxo de carros cresceu 4%, havendo expectativa de que os números melhorem com a preparação para cobrar o estacionamento no Shopping Galleria.
Para o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, os shoppings têm buscado espaço para ampliar receita dentro de seu próprio portfólio, em que o faturamento com estacionamento, por exemplo, é importante, apesar da reclamação de clientes. "A receita de um estacionamento hoje é muito alta, dificilmente um shopping vai deixar de cobrá-lo; ele reduz em média 25% o condomínio de lojistas", explicou.
Empresas como Aliansce, General Shopping e Iguatemi encontram na prestação de serviços e na cobrança de estacionamento uma forma de ampliar a receita e agregar valor aos seus empreendimentos.
Fonte: DCI (SP), 19 de maio de 2010