O advogado Valdir Sayeg mora há 26 anos na região. Para ele, não será eliminando vagas que o trânsito ficará mais tranquilo. A aposentada Alice Tanaka acredita que a alteração vai prejudicar quem visita o bairro. "As pessoas vão acabar deixando de passear por aqui", afirma. Para o empresário Ivan Nogueira, quem trabalha na região e está acostumado a deixar o carro na rua será obrigado a mudar a rotina. "Eles terão que utilizar o transporte público que, infelizmente, é de péssima qualidade", disse.
Os comerciantes também veem problemas na extinção das vagas comuns. Rafael Rodrigues, gerente de uma padaria na Avenida Sabiá, afirma que por lá as vagas estão sempre ocupadas. "Vai atrapalhar, mas teremos que obedecer", conclui.
A Secretaria, que já promoveu projetos similares nos Jardins, Itaim-Bibi, 25 de Março, Vila Olímpia e ao longo das Avenidas Faria Lima e Hélio Pellegrino, garante que nessas regiões as mudanças proporcionaram ganhos em termos de fluidez do trânsito. Em Moema, o objetivo é desafogar o tráfego nos corredores das Avenidas Ibirapuera, República do Líbano/Indianópolis e Bandeirantes, com o aumento de capacidade das Alamedas dos Maracatins, Nhambiquaras e Arapanés e nas Avenidas dos Eucaliptos/Imarés e Moema/Juriti.
Além das 3.850 vagas, foram criadas vagas para deficientes (32), idosos (67) e caminhões (9). Haverá bolsões para abrigar 498 motocicletas. Atualmente, o cartão de Zona Azul custa R$ 3 por hora. Para alertar os motoristas, foram instaladas 1.353 placas e a CET aumentará o número de agentes na região.
Com poucas vagas disponíveis, os estacionamentos do bairro se preparam para operar com lotação máxima. Atendente de um deles, na Alameda dos Arapanés, Paulo Rogério espera que as 15 novas vagas para mensalistas sejam preenchidas rapidamente. "Tem muita gente procurando." Em média, a primeira hora nesses estabelecimentos custa de R$ 6 a R$ 8. A diária varia entre R$ 15 e R$ 18.
Fonte: Jornal da Tarde (SP), 3 de maio de 2010