Há menos de um mês, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) proibiu outra vez o estacionamento ao redor do Largo de Moema, onde ficam a Igreja Nossa Senhora Aparecida, diversas lojas, restaurantes e bares, além de uma feira de artesanato montada no local três vezes por semana (às quartas-feiras, sextas e domingos, das 9 às 17 horas). A Zona Azul que existia do lado esquerdo da praça foi extinta e o lado direito da Alameda Iraé também teve a parada proibida. A sinalização mudou, mas não existem faixas indicando a alteração, o que tem surpreendido motoristas acostumados a parar no local e ainda rendido algumas multas aos menos observadores. "Até agora tem muita gente reclamando. Não faz nem um mês que mudou", disse o gerente da Padaria Moema Chic, Francisco José Nascimento, na Alameda Iraé. "Muitos clientes estão reclamando que não podem mais parar aqui na porta para as compras", completa Paulo Zucarelli, proprietário da banca Nossa Senhora Aparecida, do lado esquerdo da praça que leva o mesmo nome. Zucarelli acredita que a mudança tenha a ver com a interdição que parte da Avenida Ibirapuera sofrerá em breve para dar lugar às obras da Linha 5-Lilás do Metrô, na zona sul. "Da Avenida dos Jamaris até a frente da Igreja o trânsito ficará impedido e será desviado para cá pela Iraé", diz ele.
As artesãs da feirinha montada na Praça Nossa Senhora Aparecida calculam que o movimento de clientes caiu de 50% a 70% depois que a parada por ali foi proibida e com o fim da Zona Azul. "A Prefeitura poderia liberar a parada pelo menos aos domingos", observa a artesã Lucia Maria Alves Rodrigues, vendedora de cerâmica no local há oito anos.
Procurada por e-mail para explicar as mudanças, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) não respondeu os contatos da reportagem.
Fieis pagam para estacionar
"Muitos fiéis agora têm de pagar estacionamento para poder assistir às missas", conta Joaquim Costa Gomes, que desde 1993 trabalha como guardador de veículos ao redor da Igreja Nossa Senhora Aparecida, em Moema, na zona sul da capital. A parada em frente à igreja, pela Avenida lbirapuera, por enquanto ainda está liberada para os veículos, mas a intenção do poder público é fechar todo esse acesso da via assim que prosseguirem as obras da Linha 5 Lilás do Metrô, também na região. Mesmo assim, são poucas vagas e bastante disputadas na região, observa Gomes. "Ficou bem mais difícil estacionar por aqui", diz o guardador.
Prefeitura tinha planos de ampliar a Zona Azul
No fim de 2009, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) anunciou a Intenção de ampliar de 33 mil para 60 mil o total de vagas de Zona Azul em São Paulo. O plano era criar estacionamentos verticais que funcionariam com o mesmo limite de tempo (duas horas) e o mesmo preço da Zona Azul (R$ 3). A licitação para as garagens verticais, que estava em andamento em 2010, ainda não saiu do papel. A promessa era construir 64 prédios. Em julho de 2010, o plano precisou ser revisto porque apenas três empresas se interessaram em criar estudos para a Prefeitura que serviriam de base para o projeto. A vencedora da licitação poderia explorar as garagens verticais por 30 anos, segundo regras publicadas pela Prefeitura em novembro. Com a medida, a cidade teria cerca de 25 mil vagas a mais para estacionamento.
Fonte: Jornal da Tarde (SP), 16 de julho de 2012
Nota do SINDEPARK:
Esclarecemos que o SINDEPARK não forneceu a informação do percentual de aumento no valor da mensalidade citado na notícia, pois esta região nunca foi pesquisada pelo sindicato.