Parking News

Visitantes que chegam ao Rio para se hospedar em hotéis da orla - alguns deles cinco estrelas - se deparam, logo na entrada do estabelecimento, com uma prática ilegal e comum em outros pontos turísticos: o estacionamento sobre a calçada. Do Leme ao Leblon, o calçadão, embora tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) desde 1991, não passa incólume pelos motoristas. Na tarde do último dia 10, por exemplo, O Globo contou 77 carros do Leme ao Leblon, em frente a 12 hotéis. Somente em frente ao Sofitel, em Copacabana, havia mais de 20 carros estacionados sobre a calçada, além de um ônibus de turismo. O entorno do Copacabana Palace tinha 11 automóveis; do Pestana Rio Atlântica, dez; do JW Marriott, 8; e do Caesar Park, quatro carros e três vans de turismo.
Problema agravado pela falta de vagas
Diante desses números, a maioria dos hotéis alega que os veículos param apenas para embarque e desembarque. Outros culpam a falta de vagas na orla. Sônia Chami, proprietária do Sol Ipanema, pede "boa vontade" do poder público para evitar multas aos hóspedes. Na tarde do dia 10, havia um carro estacionado em cima da calçada do hotel e, no dia seguinte, quatro. "O hotel existe há 38 anos. Naquela época, não havia exigência de construção de garagens. Temos manobristas que estacionam nas vagas do Rio Rotativo, mas, muitas vezes, antes de o profissional retornar, outro hóspede deixa o carro em frente ao hotel. Tem de haver uma boa vontade, um bom senso de ambas as partes", diz Sônia.
Em nota, o JW Marriott afirmou que "no início e no término de eventos e conferências, pode ocorrer alguma concentração de veículos parados na entrada, pelo breve instante em que os manobristas distribuem os carros". O Sofitel afirmou que terceiriza o serviço de valet e utiliza uma garagem subterrânea na Avenida Nossa Senhora de Copacabana. Segundo a nota, clientes e hóspedes são orientados a realizar apenas embarque e desembarque na porta do hotel. O Copacabana Palace, construído em 1923, é outro hotel que não conta com estacionamento interno. O estabelecimento culpa "a ausência de estacionamentos públicos, aliada ao hábito dos cariocas de utilizar os seus veículos particulares para se locomoverem", por criarem "um problema de difícil solução", segundo email enviado ao Globo pela diretora de relações-públicas do hotel, Cláudia Fialho. "Terceirizamos o valet parking e cobramos uma taxa alta para o estacionamento, mas, ainda assim, o problema continua, principalmente nos dias em que se realiza algum evento no hotel."
Seop: carros não podem estacionar
De acordo com a Seop (Secretaria da Ordem Pública), nenhum hotel está autorizado a estacionar veículos sobre a calçada, mesmo em áreas de recuo ou ruas de serviço. O local só pode ser usado para embarque e desembarque. O secretário Alex Costa afirma que faz reuniões frequentes com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) para tratar do assunto. Por e-mail, o presidente da ABIH-RJ, Alfredo Lopes, também cita a falta de vagas como um problema antigo e crônico no Rio, principalmente em Copacabana e Ipanema, afetando o segmento de eventos e gastronomia dos hotéis. "Enquanto soluções mais efetivas não são empreendidas, as manobras diárias de cada hotel para driblar a carência de vagas são de responsabilidade dos próprios empreendimentos. A ABIH-RJ não tem controle nem é um órgão fiscalizador; então, não pode responder por eventuais infrações". O presidente da Associação de Moradores e Amigos de Ipanema, Carlos Monjardim, lembra que, após uma campanha de desobediência civil, chegou a ser feita uma licitação para construção de uma garagem subterrânea em Ipanema, durante o governo de Luiz Paulo Conde. No entanto, até hoje a solução não saiu do papel. "A falta de vagas é um problema antigo, principalmente em Ipanema, que funciona como uma espécie de shopping a céu aberto. Sugerimos que o estacionamento seja construído no subsolo da Praça General Osório, que não é ocupado. A estação do metrô não seria afetada e seus usuários ainda teriam como benefício um lugar para deixar o carro."
Fonte: O Globo (RJ), 17 de julho de 2012

Categoria: Geral


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