Segundo a reportagem do Estado, os veículos de carga começam a parar nos acostamentos - tanto da pista expressa como da local - às 18 horas. Pouco antes do fim do horário de restrição, o local chega a ter uma grande fila de veículos de carga. Como alguns caminhões têm de ficar sobre parte das faixas de circulação, os motoristas de carros na Marginal do Pinheiros são forçados a trocar repentinamente de faixa para evitar acidentes.
A maioria dos caminhoneiros não pode seguir por rotas alternativas, como o Rodoanel, justamente porque seus pontos de entrega estão na zona sul de São Paulo, em bairros como Santo Amaro, Chácara Santo Antônio e Moema. É o caso de Adenílson Jesus Dutra, que precisa prorrogar seu horário de trabalho para fazer entregas dentro da cidade de São Paulo. Ele costuma transportar carga em várias regiões da capital, mas o ponto final das mercadorias fica na região da Avenida João Dias. "Eu não sou um caminhoneiro de passagem. Eu moro e trabalho na capital e sou atingido pela restrição, que não me deixa circular na Marginal do Pinheiros. Então a solução é esperar aqui", disse Dutra. Na noite de segunda-feira, ele pegou a carga por volta de 18 horas - na Lapa, na zona oeste - e precisou esperar três horas no bolsão.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que não é permitido parar nesse "bolsão" e os infratores serão multados. "Em relação a caminhões estacionados no acostamento, informamos que isso não é permitido e os condutores dos veículos estão sujeitos às penalidades previstas pelo Código de Trânsito Brasileiro", informou o órgão, por meio de nota.
Para entender
Desde o dia 2 de setembro, os caminhões estão proibidos de circular das 21 às 5 horas (de segunda a sexta-feira) na Marginal do Pinheiros e nas Avenidas dos Bandeirantes, Roberto Marinho e Afonso d"Escragnolle Taunay. A multa para os infratores é de R$ 85,12 - mais quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Fonte: O Estado de S. Paulo, 16 de setembro de 2010