Parking News

Condôminos de um prédio nos Jardins investiram R$ 500 mil no projeto e na obra que redesenharam o estacionamento e o térreo e abriram mais 12 novas vagas. Num prédio com 700 moradores, na Pompeia, as vagas eram travadas. Para resolver o problema, contrataram uma empresa que mantém nove manobristas em turnos, encarecendo em 12% o valor do condomínio. No Parque São Domingos, vizinhos deixam as chaves uns com os outros ou o carro desengatado, o que facilita a manobra e não tem custo.
Soluções não faltam, destaca reportagem da Folha, mas estão se tornando cada vez mais criativas e sofisticadas para tentar resolver um problema eleito o número um para quem vive em prédios: a falta de espaço suficiente para todos na garagem.
A questão está entre as principais queixas dos moradores, segundo quatro administradoras de condomínio em São Paulo consultadas pela Folha, que gerenciam, juntas, 2.000 prédios na capital.
Hoje, os projetos em condomínios residenciais respondem por 30% da demanda no escritório da arquiteta especializada em garagens Fadva Ghobar. A maioria em prédios de bairros como Higienópolis e Jardins, que têm construções mais antigas, quando era comum haver uma vaga por apartamento ou até mesmo menos.
Embora, às vezes, seja impossível melhorar alguma coisa, ela diz que consegue abrir mais vagas. Em alguns casos, a simples mudança na demarcação da pintura no chão da garagem é o suficiente. Noutros, porém, é preciso fazer reformas mais drásticas.
O projeto varia de R$ 8.000 a R$ 80 mil, dependendo das modificações necessárias. As mudanças levam de um a seis meses para ficarem prontas.
Para João Crestana, presidente do Secovi-SP, desde a construção dos prédios está havendo maior preocupação com as garagens. "Há 25 anos nunca tinha ouvido falar de especialista em garagem, comum hoje." O problema, diz, é que as famílias estão com mais carros, e os terrenos disponíveis, mais raros.
Nesse caso, uma alternativa em voga é a de duplicadores de vagas e elevadores automotivos, antes restritos às oficinas mecânicas.
O grupo Krebs, por exemplo, desenvolveu um duplicador de vaga. A engenhoca ocupa o espaço de uma vaga e custa, em média, R$ 12 mil.
Condôminos levam multas por parar em vagas alheias
Na semana passada, reunião sobre garagens em um prédio de 134 apartamentos no Tatuapé, na zona leste, durou três horas e meia de muita confusão. O tema que consumiu mais energia entre os condôminos não poderia ser outro: garagem.
Segundo síndicos e administradoras de condomínios ouvidos pela Folha, esse é o assunto mais popular. Ele é o único que consegue atrair um quórum de quase 100% nas assembleias realizadas nos prédios paulistanos.
"As discussões entre moradores pelo uso da garagem são cada vez mais frequentes, principalmente em condomínios onde as vagas não são demarcadas", diz Ana Paula Puertas, sócia-diretora do Grupo Light Administração de condomínios, que administra o prédio e outros 148 espalhados por São Paulo.
Naquele prédio, o mau uso da garagem rende ao menos 30 advertências por mês. Em outubro, por exemplo, sete moradores foram multados.
"Em condomínio de menor tamanho há maior convivência e o bom senso acaba prevalecendo", explica Daniel Santos, gerente da Lello que já participou de cerca de 300 reuniões de condomínio - a empresa tem uma carteira de 1.180 edifícios em São Paulo.
É o que acontece em um edifício de Higienópolis (região central de São Paulo), com 24 andares, que Eugênia Tonidandel administra.
Ele tem 36 vagas, mas nem todos possuem carro, então os vizinhos alugam as vagas para aqueles que precisam. "O condomínio é pequeno, e as pessoas se dão muito bem. São moradores antigos", conta Tonidandel.
Já em prédios imensos, como aquele de alto-luxo da Pompeia, com 700 moradores, nem a área de convivência com restaurante-bar, piscina, ofurô e lan house seria suficiente para conter os ânimos de quem precisasse sair e tivesse o espaço de manobra bloqueado pelo vizinho.
"Era um caos", lembra o síndico, Wilson Favieri Filho. "Garagem é um problema em qualquer condomínio. Mas nos maiores é impossível ter espaço para todo mundo. Manobrista era a única solução", defende.
Fonte: Folha de S. Paulo, 4 de dezembro de 2011

Categoria: Cidade


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