O diagnóstico "doente" serve para explicar o grande número de carros quebrados nas ruas. "A cidade tem a maior frota circulante do País, que trafega em vias que não foram planejadas para tantos veículos", avalia Antônio Carlos Bento, diretor do Grupo de Manutenção Automotiva (GMA), entidade que reúne representantes do setor da reposição automotiva (Sindipeças, Andap, Sicap, Sincopeças-SP, Sindirepa-SP e o Instituto da Qualidade Automotiva). "Ainda que a condição da via contribua para problemas automotivos (como os buracos, por exemplo), a grande responsabilidade é do motorista, que negligencia a manutenção."
Segundo o consultor de trânsito e diretor da ONG Direção Preventiva, Sérgio Berti, o custo da manutenção é o que afasta as pessoas. "Nenhum carro quebra sem avisar. Na maioria das vezes, o painel acende uma luz, um barulho diferente alerta que há alguma coisa errada", afirma.
Salomão Rabinovich, presidente da Associação de Vítimas de Trânsito (Avitran), afirma que há relação íntima entre acidentes e falta de manutenção. Uma pesquisa de 2002 evidenciou essa relação. Na investigação dos fatores que influenciaram 2 mil acidentes, foi identificado que 72% dos veículos envolvidos tinham problemas no sistema de freios, 39% estavam com a direção mal conservada e 22% tinham pneus em estado precário - tratava-se de um estudo contratado pelo Sindipeças e entidades da categoria, feito com 3 mil veículos.
Os problemas encontrados na pesquisa antiga são parecidos com os apontados na inspeção atual feita pela CET na frota paulistana, o que mostra o risco de acidentes.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 28 de maio de 2009