Até o dia 28, faltando um dia útil para registro de emplacamentos, o mês acumulava vendas de 287 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, com média diária de 14.350 unidades, similar à média de junho. Só em automóveis e comerciais leves foram 269,9 mil unidades no mês e 1,9 milhão no ano.
Durante a semana, o presidente da General Motor para a América do Sul, Jaime Ardila, reclamou que o crescimento da indústria está sendo estimulado pelas vendas especiais a frotistas e locadoras. "O varejo está parado", disse. "Se, com as medidas de contenção de crédito, o governo estava tentando frear o consumo, no caso da indústria automobilística está garantido."
Esse tipo de negócio, disse ele, não é sustentável. As vendas especiais representam hoje 27% das vendas da indústria, quando o razoável é 20% a 22%.
O quadro também não é favorável aos concessionários, que precisam conceder altos descontos no varejo. Nos últimos finais de semana, a maioria das marcas realizou feirões com atrativos de preços, juros e prazos de financiamento
O setor iniciou julho com 342 mil carros no estoque das fábricas e revendas, suficiente para 33 dias de vendas. O limite que passa a ser considerado crítico é de 35 dias. A Fiat chegou a dar férias coletivas de uma semana para trabalhadores de um turno na fábrica de Betim (MG) e parou toda a fábrica da Argentina.
Apesar do cenário, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mantém projeção de fechar o ano com crescimento de 5% nas vendas, para 3,7 milhões de veículos, novo recorde.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 30 de julho de 2011