Apesar da produção em série dos primeiros automóveis ter sido iniciada em 1888, eles demoraram a se tornar populares. Esse processo só começou no início do século XX nos Estados Unidos, com a extinta Oldsmobile, e ganhou força graças a Henry Ford, que, em 1914, implantou a linha de produção do famoso Modelo T (o da foto é de 1927). O advento da produção em escala permitiu que cada carro deixasse a fábrica num período oito vezes menor que o dos concorrentes.
No início dos anos 1930, a Alemanha estava às voltas com uma grande crise, e uma das soluções apontadas para superá-la era a criação de um carro popular. Surgiram, então, os primeiros projetos de um "carro do povo" (Volkswagen, em alemão). Após diversos protótipos, nasceu, em 1937, o Fusca, então batizado de KdF (Kraft durch Freude, ou Força pela Alegria) Wagen. A eclosão da Segunda Guerra Mundial, entretanto, fez com que a Alemanha direcionasse todos os investimentos - e fábricas - para a produção bélica. Mas o projeto do "carro do povo" era tão bom que superou as dificuldades e, após o fim do conflito, não demorou a ganhar as ruas de todo o mundo. Afinal, como o momento era de reconstrução e as pessoas necessitavam de um meio de locomoção barato, simples e confiável, o Besouro vinha bem a calhar.
A indústria no Brasil
No Brasil, a história da indústria automotiva começou em 1956, com o início da produção do Isetta, um curioso minicarro fabricado sob licença pela Romi, em Santa Bárbara d"Oeste, no interior de São Paulo. No mesmo ano, a Vemag começou a montar o DKW em São Paulo. Mas foi a partir de 1959 que a fabricação de automóveis passou para um nível superior com a inauguração da primeira unidade da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, SP. De lá começaram a sair as primeiras unidades da Kombi - que, por sinal, segue em produção até hoje. Ford, General Motors e Fiat foram as outras grandes montadoras que se instalaram no Brasil posteriormente, até meados dos anos 1970.
Após um longo período fechado às importações, o mercado brasileiro finalmente voltou a receber produtos estrangeiros (incluindo automóveis) em 1990. A partir de então, houve uma verdadeira invasão de novos modelos. Importados que chegavam para conquistar um público ávido por novidades e os nacionais que foram obrigados a se modernizar a fim de concorrer com os recém-chegados. Um bom exemplo do segundo caso foi o Chevrolet Corsa, da GM, o primeiro veículo popular "moderno", já que trazia inovações como o design contemporâneo e a injeção eletrônica de combustível em um motor de baixa cilindrada.
Hoje, o mercado parece ter encontrado certo equilíbrio, com fabricantes locais e importadoras disputando, na maioria dos casos, segmentos diferentes. Os modelos mais luxuosos e caros chegam do exterior, enquanto os mais baratos e médios são feitos no país. Essa relação, contudo, pode ser abalada com a chegada dos automóveis chineses, que vêm se destacando em todo o mundo por conta de seus preços competitivos - e design ainda de gosto duvidoso.
Combustíveis do futuro
Outra grande preocupação diz respeito ao sistema de propulsão dos automóveis. Afinal, desde o seu surgimento, há mais de um século, a gasolina segue sendo o principal combustível dos carros, assim como o motor a combustão interna. Mas a crescente onda ambientalista vem obrigando as fabricantes a desenvolver novas formas de propulsão. Surgiram os veículos movidos a célula de combustível, hidrogênio, elétricos e híbridos (além do brasileiríssimo etanol).
Contudo, a tendência é a de que não exista mais apenas um tipo de motor ou combustível no futuro. A saída será diversificar. De acordo com os especialistas, a próxima grande revolução no mundo dos automóveis pode ser provocada pela eletricidade. Se for uma revolução como a promovida por Carl Benz, que venha logo e seja bem-vinda.
Fonte: Carro Online, 29 de janeiro de 2011