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A alta nos preços dos alimentos e transportes puxou a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), uma espécie de prévia da inflação oficial, que acelerou para 0,77% em abril ante um avanço de 0,60% em março, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O grupo Alimentação e Bebidas subiu 0,79% este mês, enquanto o grupo Transportes avançou 1,45%, sendo ambos responsáveis por 0,46 ponto porcentual da variação registrada pelo IPCA-15 no mês - 0,27 ponto porcentual de Transportes e 0,19 ponto de Alimentos, o que corresponde a 60% do índice. As informações foram divulgadas pelo Estado de S. Paulo.
O economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), destaca as altas sistemáticas no setor de serviços, considerado por ele o principal estimulador da inflação. "O que me preocupa não são alimentos nem combustíveis. O que há de consistente na inflação é o aumento no preço dos serviços, como estacionamento, salão de beleza, consulta médica, restaurantes. Tudo isso está subindo acima da inflação média. Dificilmente barbeiro e estacionamento ficam mais baratos. O que o aumento na taxa de juros pode fazer para frear isso?", questiona.
No grupo Transportes, a principal alta foi verificada nos combustíveis, com elevação de 5,26% no mês. A gasolina passou de 0,76% em março para 4,28% em abril, enquanto o etanol saiu de 4,68% para 16,40%. Também contribuíram as tarifas dos ônibus urbanos (de 0,83% para 0,62%) e intermunicipais (de 1,94% para 0,87%). Na direção contrária, as passagens aéreas registraram queda de 9,39% em abril contra uma alta de 29,16% em março. Os automóveis novos continuaram em queda, saindo de recuo de 0,29% para uma baixa de 0,39%.
Entre os Alimentos, contribuíram para a aceleração do grupo a cebola (de 3,67% para 22,56%), a batata-inglesa (de 9,66% para 10,05%) e o feijão carioca (de -6,91% para 5,99%). Registraram queda as carnes (de -2,33 % para -0,43%), o açúcar refinado (-2,55% para -2,49%) e as frutas (de 3,33% para -0,81%).
"A inflação vai ficar no teto da meta. Eu não tenho dúvidas. Talvez até um pouco acima", disse Ruy Quintans, professor do Ibmec-RJ. "Mas deve haver um arrefecimento, não deve manter esse ritmo de alta. Os alimentos estão desacelerando e o gás vai recuar."
Já Braz acredita que a próxima leitura do IPCA deva vir próxima ao resultado registrado pelo IPCA-15. "A desaceleração dos alimentos e transportes pode ser substituída por um aumento nos medicamentos", prevê o economista da FGV.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 21 de abril de 2011

Categoria: Geral


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