De acordo com diretores do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), os reajustes ocorrem devido às constantes altas de preço do álcool anidro, misturado na proporção de 25% na gasolina comum. Entre 1º e 20 de abril, o preço do anidro acumula alta de 34,78%, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luís de Queiroz, da Universidade de São Paulo (USP).
O anidro, que já acumulava alta de 15,92% na semana passada, subiu mais 8,8% em três dias (de 18 a 20 de abril), passando de R$ 2,4727 para R$ 2,6922 nas usinas paulistas. E o álcool hidratado, que vinha em ritmo de queda, também subiu nos três dias - 2,6% -, passando de R$ 1,3843 para R$ 1,4205.
Para complicar, a produção do anidro ainda é baixa diante da alta demanda causada pela migração em massa dos motoristas de carros flex, que deixaram o etanol para fazer uso da gasolina. "Pode ser que venhamos sentir a falta de gasolina nos próximos dias", afirma o diretor do Sincopetro de Rio Preto, Roberto Uehara. Ele lembra que o diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, reconheceu essa possibilidade ao comentar que postos do País poderão ficar ser gasolina por conta da falta de anidro para mistura.
Alternativa
O aumento da produção das usinas é visto como a saída mais viável para o problema, na visão dos empresários. "A solução definitiva é a regulamentação do setor, que não tem estoque regulador para atender os problemas de entressafra", afirma Otávio Uchyiama, diretor do Sincopetro em Araçatuba.
A redução da mistura do anidro, segundo ele, é vista com reservas, porque a Petrobrás também tem dificuldades para comprar gasolina. A alternativa seria reduzir a tributação sobre a gasolina para impedir que a elevação dos preços na refinaria chegue ao varejo.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 24 de abril de 2011