A principal delas foi a exceção criada para trechos urbanos de rodovias. Como a classificação é dada em cada cidade, mesmo alguns estabelecimentos isolados conseguiram escapar da restrição válida só em trecho rural.
Segundo a PRF, de 13 mil pontos de comércio às margens das estradas federais do país, 93% foram considerados urbanos - liberados para vender bebida alcoólica.
"Sinceramente é bem difícil dizer que tenha uma eficiência na fiscalização. Teríamos que ter uns 2.000 mapas só dos municípios (para avaliar qual está dentro ou fora da lei)", afirma a inspetora Maria Alice Nascimento Souza, diretora-geral da PRF.
Ela alega que, devido ao efetivo reduzido (são 9.100 policiais para 67 mil km), houve a decisão de priorizar a abordagem dos motoristas embriagados nas rodovias.
A Polícia Rodoviária Federal tem 2.000 bafômetros espalhados pelo país. Diz que, em 2008, de cada dez motoristas abordados, um tinha bebido acima do limite. Hoje, há um para cada 32 testes.
Mesmo assim, a associação de álcool e acidentes ainda é comum, conforme um mapeamento da Folha sobre os casos do último Carnaval.
Com acesso parcial aos registros, a reportagem identificou oito casos em que houve relato da suspeita de embriaguez no acidente fatal.
Fonte: Folha de S. Paulo, 21 de abril de 2011