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Todos os meses, 5 mil brasilienses são habilitados para conduzir nas ruas da cidade e 10 mil novos carros entram em circulação. Esse número crescente de motoristas e veículos pode ser notado com facilidade: as vias do Distrito Federal estão cada vez mais congestionadas. Com a ampliação da frota, os acidentes fatais também se multiplicam. Mesmo com a lei seca e as blitze frequentes, a quantidade de vítimas do trânsito voltou a crescer em 2010, depois de um longo período de queda, destaca o Correio Braziliense.
De janeiro a outubro deste ano, 364 brasilienses perderam a vida em colisões e atropelamentos. Para especialistas, é preciso investir maciçamente em educação e fiscalização para acabar com a violência no trânsito. Soma-se a isso a necessidade de investimentos em obras viárias e em transporte público para evitar que o tráfego da capital federal pare. Em 2008, a frota de Brasília chegou a um milhão de carros. De lá para cá, mais de 222 mil veículos foram emplacados pelo Departamento de Trânsito do DF (Detran). Se o ritmo de crescimento anual continuar equivalente ao registrado na última década - 7,5% ao ano em média -, em 2017, a frota da capital federal vai chegar a 2 milhões de carros. Sem soluções efetivas para o problema, o trânsito vai parar muito antes disso.
Somente uma melhoria efetiva dos transportes públicos, que convença os motoristas brasilienses a deixar seus carros em casa, vai melhorar a fluidez nas ruas do DF. O crescente número de veículos aumenta também a dificuldade de fiscalizar as pistas brasilienses. Para controlar a frota atual e diminuir o risco de acidentes, seriam necessários 1,2 mil agentes - um para cada mil carros. Mas hoje, somando o efetivo do Detran, do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran) e do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), são apenas 800 agentes em atuação na vias da capital federal. É preciso incrementar em quase 50% o total de fiscais nas ruas para atender a demanda. O diretor de Segurança do Detran, Silvaim Fonseca, defende mais autonomia como solução para os problemas. "Os órgãos de trânsito precisam ter mais autonomia administrativa e financeira para tocar os projetos e contratar um efetivo compatível com as necessidades de fiscalização e de realização de campanhas."
Fonseca lembra que os investimentos em segurança de tráfego representam também um ganho para a saúde pública. Os pacientes acidentados normalmente são mais graves e passam mais tempo internados nos hospitais.
Em 10 meses, 13% mais mortes
Depois dos efeitos positivos da lei seca - que reduziu em 9% o número de mortes em seu primeiro ano de vigência (de 2008 a 2009) -, os acidentes voltaram a crescer e a preocupar as autoridades de trânsito. Nos primeiros 10 meses deste ano, 364 pessoas perderam a vida nas ruas da capital, número quase 13% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Pedestres e motociclistas estão entre as principais vítimas. De janeiro a outubro, 124 pessoas morreram atropeladas e 96 condutores de moto foram a óbito por conta de colisões. Agosto de 2010 foi o mês mais violento dos últimos seis anos, com 53 acidentes fatais e 55 mortes.
Fonte: Correio Braziliense (DF), 8 de dezembro de 2010

Categoria: Geral


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