Para a promotora de Justiça Maria Amélia Nardy Pereira, da Promotoria de Habitação e Urbanismo do Ministério Público Estadual (MPE), os problemas na Marginal do Tietê são resultado "da forma apressada como a obra, que custou até agora R$ 1,8 bilhão, foi feita, a toque de caixa, mal planejada e com caráter eleitoreiro", diz. "Quem se aventurar nas novas pistas vai descobrir que elas continuam sem a sinalização adequada."
A combinação de acessos às três pistas pode confundir os motoristas. Uma pessoa que chega a São Paulo pela Rodovia Castelo Branco e pretende seguir pela Ponte do Limão, por exemplo, só poderá usar a pista expressa até passar embaixo da Ponte da Freguesia do Ó, a cerca de 3,5 quilômetros do destino.
O motorista profissional Carlos Alberto Bertolini, que trafega pela Marginal todos os dias, só anda pela pista local. "Uma vez, entrei na central e vi que só teria saída depois da Ponte das Bandeiras, no sentido Ayrton Senna", comentou. Quem também não se aventura pelas pistas novas é o comerciante Roberto Nicoletti, que faz entregas no entorno da Marginal. "Preciso sair para os bairros com facilidade. Nem entro para não errar."
Procurada, a Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), responsável pela contratação da obra de ampliação da Marginal, não se manifestou.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 13 de dezembro de 2010