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Os carros "populares" estão mais baratos que há dois anos, antes da redução temporária do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) concedida pelo governo na crise, aponta um levantamento feito pela Folha de S. Paulo. A comparação dos preços em revendas de São Paulo desconsidera a inflação acumulada no período (10,9%).
Ainda assim, há modelos que caíram até 7%, caso do Fiat Siena Fire. O sedã sai por R$ 2.000 a menos do que em dezembro de 2008.
"A maior competitividade entre os fabricantes, a melhora do processo fabril e o aumento da escala de produção empurram os preços para baixo", explica Marcos de Oliveira, presidente da Ford.
As medidas econômicas anunciadas pelo Banco Central, no entanto, tendem a anular essa queda de preço, caso a compra seja financiada em longos prazos. Isso porque o crédito está mais restrito, e os juros, maiores.
Segundo Marcos Ferreira, gerente de marketing de produtos do banco Volkswagen, as parcelas devem ficar de 10% a 12% mais caras nas operações sem entrada.
Para Oliveira, o governo teme um aumento do endividamento do consumidor e quer evitar uma bolha. Descuidos como esses culminaram na crise americana iniciada no fim de 2008, afetando a economia mundial.
Previsões
Segundo Cledorvino Belini, presidente da Anfavea (associação dos fabricantes de automóveis), ainda é cedo para medir o impacto das mudanças econômicas. "A medida será transitória, para equilíbrio do ajuste da inflação. Não deve impactar as vendas a longo prazo."
A Anfavea projeta crescimento de 5,2% na venda de automóveis para 2011, a metade do índice deste ano, caso as vendas atinjam o recorde previsto (3,45 milhões).
Já o setor de motocicletas deve ser mais afetado pela restrição ao crédito, afirma Jaime Matsui, presidente da Abraciclo (associação dos fabricantes de motocicletas).
"Haverá impacto nas vendas, como ocorreu durante a crise. O cliente deve recorrer ao consórcio, com taxas de juros menores", aponta Matsui, que prevê venda de 1,8 milhão de motos em 2010 e mais 2 milhões no próximo ano, um pouco abaixo do patamar de 2008. Fonte: Folha de S. Paulo, 12 de dezembro de 2010

Categoria: Geral


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