Diretor da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF), Gerônimo Leitão tem algumas ideias para a região, mas, antes de tudo, diz que é preciso que as ações sejam feitas de uma forma que não acabem com a espontaneidade do lugar. "É importante não vestir uma camisa de força na Lapa. Hoje, você pode ir a um lugar caríssimo ou a uma roda de samba onde é passado o chapéu. O importante é que as pessoas se divertem da mesma maneira. É preciso estimular o que é positivo, como a diversidade de opções", diz.
Sobre os ambulantes, Gerônimo sugere fazer um levantamento e licenciar três ou quatro por trecho, desde que não comprometam a circulação de carros e pedestres. Já o arquiteto e urbanista Antônio Agenor Barbosa, professor do curso de Turismo da Universidade Veiga de Almeida, sugere o agrupamento dos camelôs em uma única área, que poderia ser a do anfiteatro localizado junto aos Arcos. Os profissionais têm uma opinião em comum: a de que a questão dos ambulantes merece atenção especial.
Segundo ele, a possível solução para o problema do trânsito congestionado seria delimitar uma área para o fechamento aos carros, às sextas-feiras e aos sábados, a partir das 20h. No lugar do asfalto, o piso deveria ser revestido por material adequado tanto para a passagem de pedestres quanto para a de carros. As pessoas estacionariam em áreas periféricas e seriam levadas em vans aos estabelecimentos. Agenor concorda com a ideia e diz que o espaço fechado deveria ser entre os Arcos e a Rua do Lavradio.
Outra alternativa proposta por Gerônimo para evitar engarrafamentos seria os governos municipal e estadual fecharem uma parceria com a concessionária que administra o metrô, para que o transporte funcione até a madrugada nos fins de semana.
Fonte: O Globo (RJ), 18 de janeiro de 2009