Parking News

A bicicleta roxa com o guidão torcido e a bolsa com apetrechos para massagem contam um pouco da história de Márcia Regina de Andrade Prado, de 40 anos, atropelada dia 14 de janeiro por um ônibus na Avenida Paulista, região central de São Paulo. Massagista por profissão e ciclista por opção, ela sempre usava a bicicleta para ir de casa, no bairro do Ipiranga, na Zona Sul, até a residência dos clientes. Às 11h50 do dia 14, pedalava na altura do número 1.150 da Paulista, sentido Consolação, quando perdeu o controle e caiu no asfalto. A roda traseira de um ônibus passou por cima de sua cabeça. Márcia morreu na hora, descreve o Estado de S. Paulo.
A massagista é mais uma vítima da guerra diária que envolve motoristas, motociclistas, pedestres e ciclistas. Todos os dias, o trânsito de São Paulo mata em média 4,3 pessoas e fere com alguma gravidade ao menos outras 72 - uma "epidemia" que faz mais vítimas fatais que aids, insuficiência cardíaca e tuberculose, conforme revelou o Estado em setembro.
Segundo testemunhas do acidente, o ônibus guiado por Márcio de Oliveira acelerou e avançou na segunda faixa para ultrapassar a massagista, que circulava perto do meio-fio. Quando voltou, aparentemente acabou acertando o guidão da bicicleta. Oliveira, de 53 anos, é motorista há 28 anos e afirmou em depoimento que nunca havia se envolvido em acidentes.
Márcia fazia parte do grupo Bicicletada e assinava o Manifesto dos Invisíveis, documento que pede a adoção da bicicleta como meio de transporte, com mais investimentos na construção de ciclovias.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 15 de janeiro de 2009

Categoria: Geral


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