Parking News

Jorge Hori *

Alguns macroindicadores apontam para uma desaceleração da atividade econômica e aumento do desemprego.
O quanto isso poderá afetar os estacionamentos privados?
Nas áreas de maior demanda, o aumento dessa vinha levando a uma elevação generalizada dos preços, sem maior impacto sobre os volumes, indicando uma baixa relação de elasticidade preço x demanda, nos níveis atuais. E uma indicação ainda de aceleração.
A decisão do motorista em relação aos estacionamentos pagos está relacionada com a proximidade ao destino final e à segurança do veículo. O que leva também à cobertura de um seguro, que proporciona descontos nos preços.
A pesquisa realizada pelo SINDEPARK em fins de 2005 comprova isso: dentro de respostas múltiplas a proximidade ao destino representa quase 90% e a segurança entre 18 a 20% das razões que levam o usuário a buscar um estacionamento privado.
Até que ponto o usuário de estacionamentos abandonará a comodidade da proximidade - o que significa andar menos a pé - e a sua segurança (e do veículo) para buscar uma vaga em via pública?
A mesma pesquisa dá alguns indicadores: a mais importante é a renda.
Enquanto a renda média do usuário de estacionamentos estava acima de 20 SMs (sendo maior para os mensalistas) os não usuários tinham uma renda média de 12,5 salários mínimos, com predominância da faixa até R$ 1.500,00.
Pesa também a escolaridade, o que está conjugado com a renda: a predominância dos usuários dos estacionamentos está entre aqueles com nível superior completo, enquanto os não usuários são predominantemente aqueles com nível médio ou superior incompleto.
Embora os não usuários digam que não vale a pena correr o risco de ter o seu veículo roubado ou avariado em função de uma economia pelo menor (ou não) pagamento do estacionamento, eles o fazem. O que seria um indicador de falta de opção. O problema não estaria na economia, mas na escassez.
Esses dados indicam que o efeito da crise dependerá do desemprego e das suas características. Se a reestruturação das empresas, diante da crise, for no sentido de reduzir os seus cargos gerenciais, a atividade de estacionamento sofrerá maior impacto. Se as reduções alcançarem, principalmente, os operários, os trabalhadores de uniformes (os chamados colarinhos azuis), a atividade de estacionamento será menos afetada.
O que se pode prever, em todo caso, é uma redução na pressão da demanda. Sempre localizada.
Os patamares de preços alcançados não serão alterados, mas a sua aplicação sim. Seja na forma de descontos ou mesmo de reduções específicas.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica do Sindepark. Com mais de 40 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

Categoria: Fique por Dentro


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