Parking News

A corrida de táxi a partir de algumas regiões de São Paulo com destino a Cumbica, em Guarulhos, na região metropolitana, pode ficar mais salgada para o bolso do que deixar o próprio carro até um mês em um dos estacionamentos próximos ao aeroporto. Preços fechados de taxistas cobrados de quem sai da zona sul da capital paulista, por exemplo, giram em torno dos R$ 200, contando ida e volta. O valor é maior do que a média cobrada para deixar um veículo parado por 30 dias próximo aos terminais: R$ 160, informa a Folha de S. Paulo.
Se for incluído o valor do combustível, ainda assim há uma economia, mesmo que pequena. Por causa disso, os estacionamentos que existem nos arredores do aeroporto de Cumbica, a cerca de 15 ou 20 minutos de distância do terminal, estão ficando cada vez mais lotados. Todas as empresas oferecem um serviço mais ou menos padrão. Funcionamento 24 horas. Van gratuita para levar e buscar os clientes. No desembarque, o usuário do estacionamento precisa ligar para o telefone entregue na ida e pedir o transporte. O motorista também leva com ele a chave do carro.
Cobertura
A principal diferença entre as pelo menos seis opções que existem na região é a cobertura da vaga. Alguns dos lugares não têm áreas 100% cobertas. Por isso, o preço cai. Alguns, ainda, ficam mais na mão do que outros. O que pode ser fundamental em caso de atraso para pegar um voo.
O aumento na procura pelos estacionamentos de Guarulhos - o do próprio aeroporto, que cobra uma diária de R$ 31,50 sem desconto para estadias longas, também costuma encher - tem alavancado bastante a contabilidade dos empresários que resolveram investir na região. "Nas festas de fim de ano, tivemos que fechar por alguns momentos para organizar os carros que estavam nos corredores", afirma Eliza Cazartelli, do estacionamento Zástrás, um dos mais novos da região. Ele existe há dois anos. "No ano passado, nosso faturamento subiu 100%", diz Cazartelli. Nos estacionamentos BR Parking e Circus, do mesmo dono, o crescimento médio, a partir de 2006, é de 12% ao ano. Segundo o mapa de ocupação, 45% dos clientes são da própria capital. O restante é do interior (32%) e da Grande SP (23%).
Ir de táxi vale pelo conforto, diz presidente de cooperativa
O fato de a viagem de táxi para ir e voltar de Cumbica ser cara é relativizada por Edmilson Sarlo, desde 1996 presidente da Guarucoop (cooperativa de taxistas de Guarulhos). "Há três anos não temos aumento. Ao contrário do ônibus", diz ele. "Nosso serviço, que é individual, custa R$ 74 até o centro de São Paulo. Você vai com mais conforto. O ônibus sai por R$ 31."
Segundo ele, o serviço tem um preço justo. Na conta feita pela Folha, do uso do carro particular versus a utilização do táxi, faltou contabilizar, diz o presidente da Guarucoop, a mão de obra do motorista e a depreciação do uso do veículo próprio. Uma das comparações usadas pelo taxista e vereador para justificar a tarifa de táxi cobrada em Guarulhos é o alto preço de outros produtos também vendidos no aeroporto. "Nosso preço é o mesmo que as cooperativas de São Paulo cobram para vir para cá." Apesar dos preços semelhantes, todos os pontos de táxi de São Paulo têm motoristas que aceitam fechar uma viagem para Cumbica por preço menor.
Para passageiro, estacionamento é a melhor opção
"Depois que conheci o sistema de estacionamento às voltas do aeroporto de Cumbica, passei a utilizar somente ele", afirma Fábio Assaf Nogueira, analista do Banco Central em São Paulo, capital. Nos últimos dois anos, ele usou o serviço de estacionamento ao menos seis vezes. A opção, segundo Nogueira, tem se mostrado a de melhor custo-benefício. Além de poder pagar com cartão de crédito e somar pontos ou milhas nas companhias aéreas. Sem ciúme com o carro, o analista já deixou o veículo dormindo perto do aeroporto de Cumbica até dez dias. Mas sempre em vagas cobertas. Para ele, que nunca usou táxi para ir ao aeroporto, o preço é alto e o serviço é ruim. "E ainda sempre tem o risco de assalto." Antes, chegou a usar o ônibus executivo para ir do Paraíso, onde mora, a Cumbica. "É mais caro do que ir para São José dos Campos", afirma o analista.
Fonte: Folha de S. Paulo, 7 de março de 2010

Categoria: Fique por Dentro


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