Só em São Paulo, duas das principais rodovias brasileiras enfrentam interdições por causa da queda de barreiras. Há outros perigos.
Na divisa de São Paulo com o Paraná, o perigo está em uma ponte construída há 50 anos que ameaça cair. O tráfego de veículos pesados foi proibido.
Já no Pará, parte da BR-163 não tem nem asfalto. Como agora é período de chuva por lá, os motoristas que enfrentam o lamaçal não costumam ir muito longe.
Rodovias que apresentam problemas com frequência foram mal construídas ou são mal conservadas. Os motoristas que passam por essas estradas perdem tempo e dinheiro.
Na Fernão Dias, que liga São Paulo a Minas Gerais, um deslizamento de terra deslocou pilares de um viaduto, o asfalto cedeu e agora os caminhoneiros têm que pegar um desvio que aumenta em 72 km a viagem até Belo Horizonte. A situação só deve ser resolvida daqui a dois meses.
Na Via Dutra, principal ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro, a queda de uma barreira há dez dias interditou uma das pistas e o acostamento.
O geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos diz que não adianta pôr a culpa na natureza pelos deslizamentos e crateras que constantemente interrompem o tráfego nas estradas.
"Estão associados a projetos mal conduzidos. Esses problemas não acontecem de repente. Eles dão sinais e com muita antecedência", explica o geólogo.
A concessionária da Rodovia Dutra disse que sempre monitora a estrada e o trecho que desmoronou não apresentava sinais de problemas.
A concessionária da Fernão Dias afirma que a chuva foi a causa do deslizamento. No caso da rodovia do Pará, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, 80% das obras previstas para a BR-163 já foram realizadas.
Fonte: jornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo, 3 de março de 2010