Parking News

A velocidade média do trânsito na cidade de São Paulo caiu no ano passado. No pico da tarde (17h às 20h), passou de 18 km/h em 2008 para 15 km/h. Na prática, os veículos têm circulado no rush mais devagar do que um corredor campeão da São Silvestre e num ritmo tão lento que se assemelha ao que uma galinha pode atingir. Os números de redução da velocidade na capital constam do "Relatório de Atividades Operacionais" da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), concluído em fevereiro.
Conforme O Estado de S. Paulo, no pico da manhã (7h às 10h), os veículos circularam a 29,75 km/h na média das principais avenidas da cidade aferidas pela companhia - queda de 4% em relação aos 31 km/h do ano anterior. No pico da tarde, a queda foi de 16%. Os resultados foram verificados mesmo após medidas mais severas e polêmicas de limitação ao tráfego de veículos em São Paulo de dois anos para cá. Em 2008, a gestão Gilberto Kassab ampliou a restrição aos caminhões e, em 2009, aos ônibus fretados - nesse caso, recebendo críticas pelo risco de migração dos usuários para os carros. Nos últimos dois anos, também houve a retirada de vagas de estacionamento da via pública em diversos bairros, para melhorar a fluidez do trânsito.
A principal explicação para a queda da velocidade é a expansão da frota. Só no ano passado, a cidade ganhou mais de 335 mil veículos, quase mil por dia. Para amortizar os impactos seria necessário construir uma avenida como a Paulista por semana - solução considerada impossível por especialistas.
Interdições e chuva
A CET defende a eficácia das restrições aos caminhões e aos fretados e relativiza os dados que mostram que os veículos passaram a andar mais devagar. Ela avalia que a redução da velocidade foi influenciada por fatores como as novas interdições no trânsito (devido às obras do metrô e da marginal Tietê) e a elevação de 20% nas interferências (quebra de carros e caminhões, por exemplo). Cita também os impactos do "aumento excepcional" no volume de chuva (alta de 42% no índice de precipitação pluviométrica). Essa explicação, aliás, é citada como justificativa para a queda ter sido mais acentuada no pico da tarde.
A CET exalta os resultados de outro parâmetro de avaliação: a quantidade de quilômetros de congestionamentos nos 835 km de vias monitoradas. Isso significa que, nas medições da CET, a quantidade de ruas e avenidas com trânsito parado nos horários mais críticos diminuiu, embora os motoristas estejam circulando a uma velocidade média mais baixa. Os cálculos de velocidade são baseados em dez medições diárias, em frente a 27 PACs (Postos Avançados de Campo), dos 31 que existem na cidade. Ao todo, 18,2 km são monitorados. A partir do mês que vem, especialistas esperam uma melhora no trânsito devido a inaugurações de três empreendimentos de grande porte: a alça sul do Rodoanel, a primeira fase da ampliação da marginal Tietê e a linha 4 do metrô.
Tietê terá limite de 70 km/h para caminhão
A CET decidiu reduzir de 90 km/h para 70 km/h a velocidade máxima para ônibus e caminhões na pista expressa da marginal Tietê. A medida passa a valer a partir da inauguração da nova pista da via, prevista para este mês. O limite para carros e motos não muda. Caminhões e ônibus continuam podendo usar apenas as duas faixas da direita da pista expressa. Na pista local, nada muda: todos os tipos de veículos continuam com 70 km/h de velocidade máxima.
O principal argumento para a redução da velocidade máxima para veículos pesados é a melhoria da segurança de trânsito na via, medida que conta com o apoio da maioria dos especialistas no assunto. A companhia definiu ainda que a nova pista central, que está sendo construída pelo governo do Estado, também terá velocidade máxima de 70 km/h para todos, contrariando as expectativas de técnicos e especialistas que acreditavam que o limite seria de 80 km/h. Essa medida também passa a valer a partir da inauguração oficial das novas pistas, ainda sem data definida. Alguns trechos já estão concluídos e abertos, mas não houve inauguração oficial e a sinalização está precária nesses locais. A CET terá de editar uma portaria regulamentando a nova situação. A Dersa (empresa do governo do Estado responsável pela obra da nova pista da marginal) vai confeccionar e instalar, nas próximas semanas, as novas placas de sinalização de velocidade. A CET cuidará da regulagem dos radares.
Restrições
A redução da velocidade máxima não será a única medida a afetar os caminhões nas marginais. A prefeitura já decidiu que, após a inauguração do trecho sul do Rodoanel, prevista também para este mês, vai ampliar as restrições aos caminhões nas marginais e na Avenida dos Bandeirantes. Os detalhes de como será a restrição ainda estão sendo estudados pela CET e devem ser anunciados nas próximas semanas, às vésperas da conclusão das obras do Rodoanel.
Agentes da CET ganham mais se há melhora no trânsito
Os agentes de trânsito da CET passaram em 2009 a ter meta para reduzir os índices de congestionamento. Quanto menores os números, maiores as chances de eles obterem uma bonificação no final do ano. A medida foi motivo de polêmica pelo risco de incentivar uma queda artificial das medições do trânsito feitas pelos próprios funcionários. A CET descarta a possibilidade e diz que há auditoria. Para 2009, a bonificação máxima previa 125 km de lentidão à tarde (ficou em 131 km).
Para CET, novas regras aliviam o trânsito em SP
As ações implantadas nos últimos dois anos, como as medidas de restrições aos fretados e aos caminhões, têm surtido efeito, avalia a CET. A prova disso, para a companhia, é a queda no total de ruas e avenidas congestionadas entre os anos de 2008 e 2009. Os valores médios dos trechos de carros parados na capital - lentidão, para o órgão de trânsito, só existe quando o fluxo de veículos está praticamente travado - baixou de 115 km para 107,5 km de um ano para outro. Uma queda de 7%. "Esse resultado é muito significativo", diz a CET, que afirma ainda ter havido um aumento da frota de mais de 1 milhão de veículos desde 2007.
O alto índice de lentidão em 2008 (6% superior a 2007) ocorreu no ano em que começou o rodízio de caminhões e a zona de restrição à circulação dos veículos pesados. Ações que, para a CET, explicam a queda nos índices de lentidão no segundo semestre (ambas entraram em vigor no meio do ano). Em 2009, diz, a lentidão na cidade caiu, em parte, por causa das novas restrições a estacionamento e à circulação dos ônibus fretados.
Fonte: Folha de S. Paulo, 5 de março de 2010

Categoria: Geral


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