Hoje, elas já são 13,2 milhões, mas o sexo feminino está longe de ser maioria ao volante. De cada 4 carros em circulação no País, calcula-se que apenas 1 seja conduzido por mulheres, ressalta a Folha de S. Paulo.
A favor delas, no entanto, está o baixo índice de envolvimento em acidente de trânsito com vítima. Proporcionalmente, homens provocam duas vezes mais, segundo o Denatran.
"Isso mostra que elas são mais atenciosas e precavidas ao volante", conclui Jaime Waisman, professor de engenharia de transportes da USP (Universidade de São Paulo). Não é à toa que o seguro de um carro guiado por mulher custa menos.
Para a especialista em psicologia do trânsito Maria Salete Romero, o fator é cultural. "Desde criança, meninos são estimulados a brincar de corrida de carrinho e de super-heróis, enquanto meninas se divertem acarinhando e enfeitando bonecas", afirma.
Perigo constante
Homens e mulheres diferem até no tipo de infração que cometem com frequência. Levantamento do Detran-RJ (Departamento Estadual de Trânsito) aponta que as mulheres recebem cerca de 55% das multas por dirigir falando ao celular, se considerada a proporção entre os dois sexos nas ruas e nas estradas fluminenses.
Já em relação ao excesso de velocidade, elas respondem por apenas um quinto das infrações por transitar 50% acima do limite estipulado para a via.
Para o engenheiro José Antônio Oka, supervisor de segurança viária do Cesvi-Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária), o hábito de guiar mais rápido justifica o fato de os homens se envolverem mais em acidentes com vítima.
"O problema de dirigir e falar ao celular é tão grave quanto guiar bêbado. Porém, com o telefone na mão, a infratora, sem a mesma capacidade de concentração no trânsito, acaba reduzindo a velocidade, o que diminui a chance de ferir alguém em caso de batida."
Fonte: Folha de S. Paulo, 7 de março de 2010