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A frota pouco colorida do mercado brasileiro já é conhecida. Varia de marca para marca, mas estima-se que entre 70% e 80% de todos os modelos vendidos no mercado brasileiro são das chamadas cores neutras - leia-se prata, cinza e preto. E como o comportamento do consumidor parece longe de mudar a ideia de que carro com cor berrante é mais difícil de vender, o jeito que as montadoras encontraram foi fazer variações em cima do mesmo tema, destaca o site Auto Press. Ou seja, cada vez mais surgem novas cores que são apenas nuances do manjado prata/cinza. Uma maneira de tentar diferenciar o produto com uma percepção de cor nova, mas sem ousar demais ou fugir dos padrões do conservador público brasileiro.
Na busca por essas variações em torno do mesmo tema, os designers dos fabricantes e os fornecedores têm de quebrar a cabeça. O mais recorrente mesmo é buscar efeitos diferentes sobre as cores. Ou seja, quando a luz do sol bate, aquele cinza metálico pode puxar mais para o azul ou verde. Ou à noite aquele prata fica com um quê de bege ou champanhe. "Trabalhamos pigmentos que variam conforme a luz. Não deixa de ser um carro com cor neutra, que oferece um efeito que o diferencia", afirma Isabella Vianna, designer color & trim do Centro Estilo América Latina da Fiat.
Nicho em cores
Em alguns nichos específicos do mercado, contudo, é mais fácil minimizar um pouco essa "tradição" brasileira. Modelinhos onde o design é o principal apelo, como Volkswagen New Beetle, Fiat 500 e Kia Soul, por exemplo, permitem variedade de cores que vão do amarelo ao vermelho vivo. Outros com apelo esportivo ou visual jipeiro também costumam ter mais opções que fogem da mesmice. A versão Stepway do Renault Sandero, por exemplo, tem oferta de azul, verde e vermelho. O CrossFox conta com o amarelo, assim como a linha Adventure da Fiat oferece, além de um tom vermelho, uma cor verde que responde por significativos 20% de toda a gama aventureira da marca italiana. "São carros que permitem trabalhar cores mais vivas. Mas o que vai vender é mesmo o preto/prata", admite resignado Fabrício Biondo, gerente de Marketing da Volks.
Nos segmentos mais caros, principalmente de sedãs médios, a sobriedade impera. "Sedãs maiores pedem uma cor mais refinada. Além disso, trabalha-se mais com perolizado e metalizado, pois trata-se de um consumidor com poder aquisitivo maior e de outra faixa etária", explica Cristina Belatto, gerente de design da General Motors.
Fonte: site Auto Press, 4 de março de 2010

Categoria: Geral


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