Parking News

A Prefeitura irá criar 64 garagens rotativas, com cerca de 400 vagas cada uma, que serão chamadas de Zona Azul Vertical. Um edital, publicado dia 26 de novembro pela Prefeitura, anuncia o projeto, que será feito em parceria com a iniciativa privada, para construção dos estacionamentos em pontos estratégicos da Capital, nas imediações de estações de ônibus, metrô e trens. Até o final do ano que vem, as garagens devem começar a ser construídas, segundo o governo. Segundo noticiou o Diário de S. Paulo, a vaga ocupada por um carro custaria R$ 4,50 por hora, caso a zona azul vertical fosse inaugurada neste ano. O valor cobrado pela nova modalidade de estacionamento de Zona Azul será 50% mais cara em comparação com as vagas nas calçadas, que custam R$ 3,00 por hora.
O projeto foi anunciado dia 25 pelo prefeito Gilberto Kassab. O novo estacionamento deve remanejar as vagas de veículos das ruas para as garagens verticais. A Prefeitura irá abrir licitação para as empresas e consórcios interessados em construir os estacionamentos em dez áreas loteadas, num prazo de 90 dias. Essas regiões foram escolhidas porque possuem vagas de Zona Azul nas ruas, aumentando os problemas de congestionamento na Capital. Uma das áreas mais afetadas é o centro expandido de São Paulo. "O objetivo é tirar os veículos que estão estacionados nas vias públicas e liberar mais espaço para a circulação de carros"; explicou o secretário Alexandre de Moraes, durante a apresentação do projeto de modernização do estacionamento rotativo.
O secretário disse ainda que as empresas que quiserem explorar a concessão da zona azul vertical terão abertura para apresentar sugestões para colocarem a ideia na prática, oferecendo alternativas com tecnologias avançadas. "As empresas podem apresentar propostas de obras de valorização urbanística na região ou oferecer percentual de arrecadação da Zona Azul", exemplificou.
Atualmente, existem cerca de 35 mil vagas destinadas para os motoristas que utilizam a Zona Azul. O serviço representa uma arrecadação de cerca de R$ 6 milhões por mês. A ideia do poder público é reduzir a quantidade de veículos estacionados junto às calçadas e abrir novas vagas nos estacionamentos. Com a Zona Azul Vertical, as vagas devem aumentar para 60 mil. "É um projeto que consolida a Zona Azul, liberando as ruas para o tráfego de veículos. Vai dar certo", disse o prefeito. A Prefeitura estuda ainda o uso de tecnologias como parquímetros e pagamentos por meio de celular.
Proposta divide os especialistas
A criação da Zona Azul vertical divide a opinião de especialistas. Para Silvio Médici, presidente da Associação Brasileira de Monitoramento e Controle Eletrônico de Trânsito (Abramcet), a medida não criará grandes impactos no trânsito. "O impacto será pequeno. É preciso aumentar linhas do Metrô", sugere. Luiz Celio Bottura, especialista em trânsito, elogia a alternativa encontrada pela Prefeitura. "É uma forma de tirar os veículos que ficam estacionados na rua e garantir a vaga em garagens sem gastar o dinheiro público", elogia. Na região do Mercado Municipal, no Centro, a primeira hora em um estacionamento comum fica entre R$ 12,00 e R$ 14,00. A hora extra vai de R$ 6,00 a R$ 8,00, dependendo do local escolhido. Já nas imediações do Teatro Municipal, também no Centro, a primeira hora em um estacionamento sai por R$ 10,00 em média, e a hora adicional, por R$ 6,00. Há também alguns estacionamentos com promoções de preço único no período noturno.
Menos lugares para parar
Com a implantação da Zona Azul Vertical, a Prefeitura de São Paulo pretende diminuir o número de vagas de estacionamento nas ruas da região central. O objetivo é desafogar o trânsito e aliviar os congestionamentos provocados pelo número excessivo de veículos estacionados. A maioria dos lugares da Zona Azul deve ser remanejada para as garagens. A Prefeitura também pretende impedir o estacionamento em um dos lados das calçadas do Centro expandido, região considerada uma das mais afetadas pela lentidão, e implantar a Zona Azul em calçadas onde hoje é permitido estacionar de graça.
O prefeito explicou que a criação de novas vagas de Zona Azul também deve ajudar a desafogar o trânsito, porque aumentará a rotatividade no trânsito do Centro. "Em alguns casos, a Zona Azul abriga 50 carros dos dois lados da rua, mas isso é pouco, porque precisamos de 100 vagas. Vamos manter 25 vagas na calçada e construir 75 vagas em garagem", explicou Kassab. "Desses 64 pontos de Zona Azul Vertical, constam o Páteo do Collegio, o Teatro Municipal, o Mercadão. São pontos importantes que há décadas nós sabemos que precisavam de garagens", completou Kassab, que disse estar confiante no interesse de investidores.
O projeto conta com a aprovação do Sindicato das Empresas de Garagens e Estacionamentos do Estado de São Paulo (Sindepark). Para o empresário Sergio Morad, presidente da entidade, a Zona Azul Vertical também representa oportunidade para novos investimentos do setor. "É uma oportunidade de expandir os negócios para as empresas que estão qualificadas a participarem do projeto."
23 de maio sem motos
A Avenida 23 de Maio, uma das vias mais movimentadas da capital, pode ser proibida para motos a partir de agosto do ano que vem. A previsão, feita pelo secretário de Transportes Alexandre de Moraes, pouco depois da apresentação do projeto de criação da Zona Azul Vertical, deve ser cumprida caso a faixa exclusiva para motos seja implantada até março de 2010. Antes disso, porém, o secretário pretende conversar com a categoria. A motofaixa será projetada entre a Avenida Sena Madureira, na Zona Sul da Capital, e a Praça João Mendes, no Centro. Segundo o secretário, será feito um bolsão para estacionamento de motociclistas na Praça João Mendes. O trecho, que terá cerca de 7 km de extensão, começará pela Rua Vergueiro. Depois, terá uma entrada pela Senna Madureira, também passando pela Avenida Liberdade. A faixa para motos será semelhante ao modelo de motofaixa da Avenida Sumaré, na Zona Oeste da capital. O trecho exclusivo para motociclistas foi implantado há três anos.
Fonte: Diário de São Paulo, 26 de novembro de 2009

Comentário do Sindepark:

Embora o projeto em pauta contenha aspectos positivos, como a criação de vagas estruturadas e definitivas, é importante ressaltar que ele deve ser melhor esclarecido e debatido, principalmente quanto a sua viabilidade econômico-financeira. Por se tratar de um projeto que envolve a mobilidade urbana, é imprescindível que todos os setores da sociedade possam contribuir com seu desenvolvimento e efetividade.

Categoria: Fique por Dentro


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