Para cerca de 10% da população masculina e uma proporção menor da feminina, não é um exame simples. Eles têm daltonismo, uma variação genética, que torna difícil reconhecer as cores.
Os médicos explicam que existem diferentes grupos de pessoas daltônicas. No mais raro, elas não reconhecem as cores. Para essas pessoas, tudo é cinza. Outros têm problemas para diferenciar o vermelho e o verde.
A Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET-SP) constatou que existem milhares de daltônicos dirigindo pelas ruas da cidade. Para auxiliar esses motoristas, ela instalou faixas refletivas nos semáforos ao lado da luz amarela. Assim, à noite, diz a CET, o daltônico pode, a partir do posicionamento da faixa, identificar qual das lâmpadas está acesa.
O Denatran vê essa faixa da CET como experimental e diz que a legislação exige que o candidato consiga fazer a identificação do vermelho, amarelo e verde. O Denatran não usa o termo daltonismo.
A CET justifica dizendo que muitos daltônicos tiraram a carteira de habilitação antes da resolução. Mas esse não foi o caso de um motorista que tirou a carteira seis meses atrás. Ele não consegue identificar o verde e o vermelho. Supera as dificuldades usando outro sentido: "Quando eu não tenho certeza, eu paro na faixa e olho bem para ter certeza, para não causar nenhum acidente, nem nada. Ou então o pessoal acaba reclamando. O pessoal acaba buzinando. Aí eu vou, eu sigo. É perigoso", disse.
"Eu acho que a faixa pode ajudar para melhorar a visualização de onde está o semáforo. Isso, sim, ela tem essa função, mas o daltônico, pela legislação 267, não pode dirigir se não identifica o verde, o vermelho e o amarelo", explicou Rita Moura, da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego.
Fonte: Jornal Nacional (TV Globo), 01 de abril de 2011