O Rodoanel foi projetado como uma rodovia de classe zero - via expressa que não pode ter acessos para municípios e estabelecimentos comerciais. Por isso não há, ao longo dos 61,3 km do Trecho Sul, facilidades comuns nas demais estradas brasileiras, como restaurantes e postos de gasolina. Se somados os Trechos Sul e Oeste - os únicos em funcionamento - são mais de 100 km sem os serviços.
Os números de ocorrências registradas estão no balanço oficial da empresa Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) dos primeiros 11 meses de funcionamento do trecho - a empresa deixou de ser a responsável pela via um mês antes do aniversário de um ano, quando a concessão passou para a iniciativa privada. Os dados mostram que 10,7 mil casos (43%) se referem a veículos que tiveram problemas mecânicos e elétricos. "Estamos há 20 dias administrando a rodovia e esse cenário permanece na nossa gestão", revela o diretor executivo da SPMar - que detém a concessão do Trecho Sul -, Marcelo de Afonseca.
Dependendo da posição em que aconteceu o problema, os motoristas são levados para a Via Anchieta ou para a Rodovia Régis Bittencourt. A SPMar ainda é obrigada a notificar os casos de pane seca para o Comando de Policiamento Rodoviário, que autua os motoristas. A multa é de R$ 85,13 e resulta em quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Pneus
Outro caso recorrente - cerca de 2,5 mil registrados - são os furos de pneus. A maioria dos veículos que têm esse problema também precisa ser removida, pois não conta com os pneus reservas em bom estado. Além disso, o trecho registrou 650 acidentes durante o período analisado - quase dois por dia. Desse total, 20% foram considerados graves e houve 12 mortes.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 01 de abril de 2011