Parking News

Para cada carro que desembarcou nas ruas de São Paulo entre 2001 e 2010, outras cinco motos chegaram junto. O número de motos na capital paulista mais que dobrou na década, cresceu 118%. O avanço impressiona se comparado com o dos carros de passeio, que, no mesmo período, foi de 23,56%. Essa multidão de veículos motorizados sobre duas rodas - 12,7% da frota da capital - é sentida no trânsito, desperta a atenção das autoridades e traz mudanças de comportamento. Há alguns anos dirigia-se de olho nos outros carros e nos pedestres. Atualmente os motociclistas têm lugar de destaque na atenção de quem dirige, constata reportagem do UOL Notícias.
Por circular entre as filas de automóveis, as motos podem vir por qualquer lado. Essa condução chegou a ser proibida pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), de 1997. Segundo a primeira redação do CTB, as motos deveriam transitar sempre pelo lado direito da pista, sendo vetado a elas circular entre as filas. O texto final do código, porém, excluiu essa exigência.
A pressa pode explicar a modificação. Da atual frota de 890 mil motos de São Paulo, cerca de 200 mil pertencem a motoboys, que usam o veículo para o trabalho, ganham por viagem que fazem e, por isso, não podem perder tempo parados no trânsito atrás de carros de passeio. O ziguezague nas vias é quase sempre questão de sobrevivência. E, algumas vezes, de morte, também.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Motociclistas da Cidade de São Paulo (Sindimoto-SP), Aldemir Martins de Freitas, conhecido como Alemão, justifica a pressa dizendo que o asfalto é o "escritório" do motoboy, único lugar que ele tem para demonstrar seu desempenho.
Também os pedestres ainda não se acostumaram com a nova realidade. As motos podem chegar pelo meio das filas de veículos parados e atingir o pedestre. Elas já respondem, hoje, por 19% das mortes por atropelamento na cidade.
Motofaixas
A Prefeitura de São Paulo ensaiou medidas para tentar melhorar a situação. Começou criando faixas exclusivas para motos. A primeira foi em 2006, na avenida Sumaré, zona oeste de São Paulo. Deu certo. A segunda, na avenida 23 de Maio, deu errado.
No ano passado a prefeitura insistiu na ideia e inaugurou uma nova motofaixa, dessa vez na rua Vergueiro. Com 3,5 km, a faixa exclusiva liga a zona sul à região central de São Paulo.
Os motociclistas querem novas faixas em outras avenidas da cidade. A marginal Tietê é uma delas.
Fonte: UOL Notícias, 5 de abril de 2011

Categoria: Geral


Outras matérias da edição

A novela das garagens (31/03/2011)

A novela da construção de garagens para acomodar os carros que, em número cada vez maior, não encontram local para estacionar, principalmente na região central da capital, se arrasta há 15 anos e já s (...)

Estado quer modernizar o Sem Parar (01/04/2011)

O governo do Estado de São Paulo pretende substituir os modelos automáticos de cobrança de pedágio - o atual Sem Parar. O objetivo é modernizar todos os equipamentos colocados nas rodovias concessiona (...)

Só perdemos com ele (06/04/2011)

O trânsito é um dos maiores problemas da cidade de São Paulo. Para começar, mata (em 2009, foram 1.382 mortos em acidentes de trânsito na capital contra 1.301 vítimas de assassinato). Emporcalha o amb (...)

Uso da bicicleta nas ruas (04/04/2011)

A infraestrutura cicloviária de São Paulo não incentiva os deslocamentos por bicicleta, mas não precisamos esperar a cidade dos sonhos para começar a pedalar. Podemos fazer isso hoje e já fazemos: som (...)

Guincho da CET é mais caro (04/04/2011)

Quando foi informado por policiais militares, durante uma blitz na zona norte da capital, que seu carro seria guinchado por estar com o licenciamento vencido, o motorista Givaldo Barreto de Jesus não (...)


Seja um associado Sindepark