Ainda sem projeto definido, a associação deu início à transformação da via de forma simbólica: plantando pinheiros. "É um absurdo que a rua, com esse nome, não tivesse sequer um pinheiro. Por isso plantamos duas mudas nas praças que delimitam a via", diz um dos fundadores da Amapi, Nelson Terra Barth, referindo-se às Praças Portugal e João Nassar.
Na reforma, a ideia é padronizar toda a rua nos moldes do que já foi feito no trecho próximo da futura Estação Fradique Coutinho da Linha 4-Amarela do Metrô. Lá, entre as Ruas Mourato Coelho e Mateus Grou, a fiação foi aterrada e a calçada, renovada. A reivindicação foi da Associação Comercial de São Paulo ao Metrô, que bancou a obra após deixar o trecho interditado por um ano, entre 2005 e 2006. Na época, diversos comerciantes abandonaram o local.
Um dos desafios do futuro bulevar é incentivar a circulação de pedestres na rua. "A não ser por alguns restaurantes, a movimentação da rua cai muito à noite. Queremos mais atividades culturais e trazer algumas livrarias", diz Barth. Mas ainda falta patrocínio.
O comerciante Glauco Félix acredita que a prioridade para a rua, muito antes de metrô ou bulevar, é encontrar uma solução para as enchentes. "Toda vez que chove aqui vira ponto de alagamento. Tem de resolver o problema."
Contra isso, a associação estuda repavimentar a via com um asfalto ecológico em desenvolvimento pela USP, mais permeável. A expansão da calçada feita de blocos intertravados, já usados em alguns trechos, também é pensada para facilitar o escoamento da água.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 30 de março de 2011