O levantamento ouviu aleatoriamente 308 motoristas que circulavam por quatro rodovias federais no Rio e São Paulo e constatou que 3,5% deles haviam usado cocaína. A urina foi analisada e os dados mais alarmantes foram encontrados na Fernão Dias, região de Atibaia, Interior de São Paulo: 4,5% dos caminhoneiros abordados haviam consumido cocaína.
Entre os brasileiros em geral, 0,3% admitiu ter usado a droga no último mês, consumo mapeado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em entrevista com 7 mil pessoas. "É evidente que esse motorista vai colocar em risco a vida de outras pessoas", afirma a médica Vilma Leyton, coordenadora da pesquisa da USP. A cocaína e a anfetamina atuam no sistema nervoso central, alterando a percepção do motorista, reduzindo a atenção e os reflexos.
Para Flávio Pechansky, pesquisador do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Trânsito e Álcool da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o consumo de cocaína entre caminhoneiros é ainda mais grave porque esses condutores passam 70% do tempo nas estradas. "Ele faz coisas que não faria se estivesse sóbrio, age impulsivamente."
A droga é apresentada como fórmula para fazer com que 90 horas dirigindo pareçam mais curtas. Fonte: O Estado de S. Paulo, 11 de setembro de 2009