A inflação bem comportada abre, segundo economistas, perspectivas para que o Banco Central (BC) faça novos cortes na taxa básica de juros. E o mercado futuro já indica essa tendência. Os contratos para janeiro de 2011 negociados na BM&F, que apontavam juros de 9,72% ao ano dia 9 de setembro, caíram no dia seguinte para 9,67%.
O ex-presidente do BC Arminio Fraga acredita que a taxa básica de juro (Selic), hoje em 8,75% ao ano, tende a ficar menor mesmo em um cenário de expansão econômica. Contudo, ele alerta para o fato de o aumento dos gastos públicos comprometer essa tendência. "Se não fizermos nenhuma bobagem na Previdência, ou criando gastos públicos incomprimíveis no futuro, a tendência é de o juro cair."
Para o sócio da RC Consultores, Fabio Silveira, nas condições atuais, seria possível reduzir os juros para algo entre 7,5% e 7,0%. "Não há pressão altista nos preços e existe uma ociosidade importante hoje em diversos setores. A recuperação é muito desigual."
Dia 10 de setembro, o Conselho de Política Monetária divulgou ata na qual ressaltou que o nível atual dos juros é "consistente com um cenário inflacionário benigno". A ata foi divulgada antes do anúncio do IPCA, que acumula no ano alta de 2,97%.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 11 de setembro de 2009