"Se fosse um edifício-garagem tradicional, seria preciso interditar toda a área do estacionamento. Com esse projeto, a expansão é muito mais rápida e os módulos já podem ser operados à medida que vão ficando prontos", explica Claiton Resende Faria, superintendente de Relações Comerciais da Infraero.
Automatizado
Diferentemente de um edifício-garagem de concreto, com espaços para circulação de carros e pessoas, os estacionamentos automáticos de Cumbica não vão usar mão de obra humana e, do primeiro andar para cima, tudo vai ser vaga.
O usuário circula apenas no térreo, onde pega o tíquete, deixa o veículo e depois vai buscá-lo. Uma vez pago o bilhete, o carro chega em poucos minutos, trazido por meio de elevadores e rampas móveis.
À empresa vencedora, na prática, cada vaga de Guarulhos vai sair por R$ 21 mil - o total é quase um terço do que vai custar a primeira fase do terceiro terminal de passageiros do aeroporto, previsto para 2014.
Faria não confirma se a tarifa atual do estacionamento - R$ 7,50 a hora ou R$ 31,50 a diária - vai subir. "Só vamos saber mediante estudo da empresa ganhadora. O fato é que o valor hoje está defasado, não sofre aumento há três anos. Estacionamentos similares em shoppings cobram o dobro do valor da hora."
Espaço disputado
O caos no atual estacionamento de Cumbica é famoso entre os passageiros do aeroporto - segundo a Infraero, por lá chegam a passar quase mil carros por hora em períodos de pico.
A falta de vagas é frequente e as alternativas dos motoristas são pouco ortodoxas: estacionam irregularmente nos canteiros, corredores e vagas para deficientes.
Os horários de pico da manhã e do fim da tarde são os piores.
Os terminais de Brasília, Porto Alegre e Salvador e o Santos Dumont (no Rio) devem ser os próximos a receber a mesma tecnologia em seus estacionamentos, de acordo com os planos da Infraero.
Lá tem
O edifício-garagem automático que será construído no Aeroporto de Cumbica já é uma solução bastante usada em países da Europa e da Ásia. O Aeroporto de Xangai, o maior da China - com fluxo de 17.15 milhões de passageiros em voos internacionais, dos quais 9 milhões estrangeiros - é um dos que adotaram o sistema.
Aqui no Brasil, algumas empresas privadas já possuem o sistema, mas é inédito em aeroportos.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 28 de fevereiro de 2011