Parking News

Se já não é tão simples driblar os carros e andar de bicicleta em São Paulo, estacioná-la nas ruas da cidade é mais um desafio. Nem sempre a técnica de amarrá-la no poste ou em árvore é segura e faltam também opções de bicicletários públicos. Pensando nisso, alguns bares e restaurantes da capital não apenas reservam um espaço para a bicicleta dos clientes como oferecem um serviço extra: o valet para bikes.
É como se você estivesse chegando de carro: para na porta do bar, desce e entrega a "chave" para o manobrista - no caso, a bicicleta inteira. Ele sobe na bike e vai estacionar, não sem antes entregar um papel, que deve ser validado ou pago na saída para recebê-la na hora de ir embora, explica o Jornal da Tarde.
É o que acontece na Cervejaria Nacional, bar inaugurado no ano passado em Pinheiros, na zona oeste da capital, onde o serviço foi lançado há poucos meses. Lá, enquanto o motorista paga R$ 15 para deixar o carro no valet, o ciclista paga apenas R$ 5. Por causa do serviço exclusivo, acabou virando "point" de passeios noturnos de ciclistas.
O único problema é controlar a quantidade de chopes ingeridos para poder guiar a bicicleta depois. "Tem de controlar a dose. Duas cervejas, para mim, é o suficiente. A partir daí, fica arriscado", diz o empresário Ricardo Maskalenka, frequentador do bar. Antes do valet, ele tinha uma só alternativa: amarrava a bike no poste.
A lei seca ainda não pega quem anda de bike após beber, mas, para Maskalenka, nem é necessário. "Bicicleta é outra onda, não tem motor, o motor é o pé. Andamos em velocidade baixa, somos quase pedestres", defende-se o empresário.
Grande parte da "clientela ciclista" do Octavio Café, no Itaim-Bibi, zona sul de São Paulo, é de gente que está voltando dos parques (o do Ibirapuera ou o do Povo, os mais próximos dali) ou que usa a Ciclofaixa de Lazer da Avenida Brigadeiro Faria Lima aos domingos.
Lá, o serviço de valet para bike também funciona. "Se um motorista pode ter a mordomia do valet, por que o ciclista não? Essa moda deveria pegar em shoppings também", diz o técnico em Informática Felipe Vieira.
No Octavio Café, o valet é gratuito para quem consome algo e carimba o tíquete do "estacionamento" na hora de pagar a conta.
De tanto se queixar da falta de infraestrutura quando ia aos lugares da cidade de bike, Eduardo Grigoletto transformou o problema em negócio. Ele é sócio da Ciclomídia, empresa que oferece serviço de valet para bike em grandes eventos, como shows e jogos de futebol. Recentemente, montou a estrutura na Bienal de Arquitetura de São Paulo e em um encontro na Casa das Rosas, na Avenida Paulista.
Grigoletto e sua equipe não só estacionam a bike como guardam todos os acessórios que o ciclista carrega, como capacete, mochila e luzes de sinalização.
Fonte: Jornal da Tarde (SP), 27 de fevereiro de 2012