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A história da Volkswagen no Brasil já começou com um grande sucesso: os 30 primeiros Fuscas que chegaram ao porto de Santos, em setembro de 1950, logo foram comercializados - e pelo triplo do preço de avaliação. O modelo importado era o "Brezel" ou "Split Window", com vidro traseiro dividido.
Três anos mais tarde, em 23 de março de 1953, a Volkswagen do Brasil se instalava, com apenas 12 funcionários, num pequeno armazém alugado no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Dali saíram, de 1953 a 1957, os primeiros Fuscas e Kombis com peças importadas da Alemanha, que foram aos poucos substituídas por componentes nacionais.
Após 60 anos de atividades no país, a marca já produziu mais de 20 milhões de veículos no Brasil e não deixa de colecionar superlativos: maior fabricante de veículos do país, maior exportadora do setor automotivo, sendo também a marca de veículos mais lembrada pelo público em geral.
Segundo a VW do Brasil, no entanto, a sua história no país teve início já em 1949, quando pesquisas realizadas no mercado latino-americano apontaram o Brasil como "local mais adequado para receber a primeira fábrica da marca fora da Alemanha".
Desde a década de 1920, a importação de automóveis era uma rotina bastante conhecida. Em 1919, a Ford do Brasil iniciou a montagem do Ford "T" em São Paulo. Em 1925, a General Motors passou a fazer o mesmo. No início da Segunda Guerra Mundial, segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Detran), o Brasil possuía ao todo cerca de 250 mil veículos - entre importados e montados no Brasil.
Mas, durante a guerra, esses automóveis ficaram sem peças de reposição. Entre 1939 e 1945, surgiram então pequenas oficinas que, aos poucos, se transformaram em fábricas. No fim da guerra, o Brasil já possuía um modesto parque industrial de autopeças.
Mas quando a importação foi normalizada, no início da década de 1950, a fome por veículos passou a ser uma ameaça à balança comercial do país. Nos primeiros anos da década de 1950, o país importava 100 mil veículos por ano, além das autopeças.
Em 1951, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a importação de veículos representava 15,1% dos 1,1 bilhão de dólares que o país gastava no mercado externo.
Foi aí que a ideia de montar um parque industrial automobilístico brasileiro tornou-se mais concreta. Seguindo a política de nacionalização, o então presidente Getúlio Vargas limitou a importação de autopeças em agosto de 1952. Em março do ano seguinte, foi proibida a entrada de veículos inteiros.
O dia 16 de junho de 1956 é considerado um marco da indústria automotiva nacional. Nesse dia, o governo brasileiro criou o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (Geia), que estabeleceu condições para instalar a indústria automobilística no Brasil e fixou a base do rápido desenvolvimento do setor. Naquele ano, foi instalada a Mercedes-Benz do Brasil e a fabricante Vemag produziu a primeira camioneta DKW. A VW decidiu então construir uma primeira fábrica na rodovia Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP) - a primeira unidade da VW fora da Alemanha.
Em 2 de setembro de 1957, saía desta linha de produção o primeiro veículo produzido pela marca no Brasil: a Kombi, com 50% dos seus componentes já fabricados no país.
Em 1959, o então presidente Juscelino Kubitschek assistiu ao lançamento do primeiro Fusca nacional, passeando pela fábrica de São Bernardo a bordo de um Fusca conversível. O carismático Fusquinha viria a se tornar o primeiro automóvel de baixo custo, responsável pela motorização de milhões de brasileiros.
O Fusca foi um dos modelos da Volkswagen de maior sucesso. Foram mais de três milhões de unidades produzidas no país. O modelo conquistou a preferência do consumidor brasileiro e ganhou até uma data comemorativa: o dia 20 de janeiro foi instituído como dia nacional do Fusca. No Brasil, o Fusca foi construído até 1986.
Em 1993, para incentivar a fabricação de carros populares, o então presidente Itamar Franco reinaugurou a linha de montagem do Fusca em São Bernardo do Campo. No entanto, os tempos eram outros e o espartano Fusca não pôde mais concorrer com modelos de outras marcas surgidas na década de 1990, com preços semelhantes e acabamento e espaço interno melhores que os do Fusca. Em 1996, a sua produção foi definitivamente encerrada no Brasil.
O ano de 2013 deverá também trazer o encerramento da produção de outro grande caso de sucesso e longevidade da indústria automotiva nacional: por não atender ao cumprimento de normas de segurança (freios ABS, airbags, crash-tests), a produção da Kombi será encerrada no Brasil no final deste ano, informou o presidente da VW do Brasil, Thomas Schmall.
Passados mais de 55 anos, a Kombi - do alemão Kombinationsfahrzeug (veículo combinado) - é a versão brasileira do VW Bus T2. Em 2011, a Kombi atingiu o marco de 1,5 milhão de unidades fabricadas no Brasil. A Volkswagen, no entanto, pretende modernizar sua frota. E o atual modelo brasileiro se baseia na segunda geração de VW Bus, produzida na Alemanha entre 1967 e 1979.
Fonte: DW (Portal da Volks), 22 de março de 2013

Categoria: Mundo do Automóvel


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