Outras mudanças ficaram para 2014, quando haverá a possibilidade de cobrar a inspeção de carros emplacados em outras cidades e o estabelecimento só de valor máximo para o exame. Como o governo pretende encerrar neste ano o contrato com a Controlar, a expectativa é de dividir o serviço por várias empresas, que poderiam cobrar valores menores dos clientes.
Após a aprovação da proposta, que segue agora para sanção, a base aliada do prefeito ainda tentou emplacar uma emenda surpresa, que condicionava a manutenção do programa à implementação de inspeção similar em todo o Estado já em 2014. Na prática, a medida acabaria com a vistoria na capital, pois não haveria tempo hábil de aprovar a lei estadual, parada na Assembleia Legislativa há quatro anos.
Taxa da inspeção não terá valor fixo
A inspeção veicular em São Paulo não terá mais um valor fixo. A partir do próximo ano, quando a Prefeitura pretende já ter rescindido contrato com a Controlar, mais empresas poderão oferecer o serviço e aplicar taxas distintas para atrair a clientela.
A intenção é justamente reduzir o preço pago atualmente pelo serviço, de R$ 47,44, e consequentemente o custo que a nova política dará aos cofres públicos. Ao isentar parte dos motoristas, a estimativa é de que a Prefeitura terá de desembolsar cerca de R$ 150 milhões por ano.
O prefeito Fernando Haddad deve sancionar a lei nos próximos dias e estabelecer na regulamentação do projeto aprovado na Câmara Municipal um teto único. "Caberá ao Executivo definir o preço máximo e a forma de pagamento."
Neste ano, as normas permanecem as mesmas. Todos os carros emplacados na capital continuam obrigados a passar pela inspeção e pagar a taxa. A diferença é que agora os motoristas que tiverem os veículos aprovados poderão pedir reembolso - desde que não tenham dívidas com o Município. A solicitação deverá ser feita à Secretaria do Verde e Meio Ambiente - mas ainda não está definido se o pedido terá de ser pessoal ou online.
Com a possível quebra do contrato firmado com a Controlar, o serviço deixará de ser uma concessão. O governo trocará o modelo por uma rede credenciada. Até o fim do ano será lançado um chamamento público destinado às empresas interessadas em participar. Para evitar polêmicas e irregularidades, como venda casada, Haddad deve proibir a participação de oficinas mecânicas.
Segundo informou anteontem o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Ricardo Teixeira, a pasta vai estabelecer um marco regulatório a ser usado no credenciamento. Nesse processo, será definido quantos funcionários cada empresa terá de ter, assim como o espaço físico e o maquinário.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 21 de março de 2013