Dois meses depois da inauguração, a prefeitura chegou a divulgar estudo que mostrava melhora de 21% no trânsito da capital, comparando com o mesmo período de 2009.
Na época, o impacto foi atribuído à nova marginal e a medidas como a abertura do trecho sul do Rodoanel.
Em 2011, o índice de lentidão na cidade melhorou 3% no pico da manhã e 5% à tarde, em relação ao ano anterior.
Aos poucos, porém, tudo foi "voltando ao normal".
Os dados de 2012 mostram que os congestionamentos voltaram a subir, superando 2010 tanto de manhã (10%) quanto de tarde (7%).
O aumento ocorreu mesmo após veículos pesados serem proibidos na marginal e em outras vias, em março de 2012.
A CET atribui a piora no trânsito ao aumento da frota.
Motoristas dizem ter percebido o fim do "efeito marginal". "No começo deu uma boa aliviada. Mas hoje já voltou ao que era", diz o taxista Rubens Salles, de um ponto próximo à ponte do Piqueri.
Para especialistas, o espaço aberto pelas novas pistas foi ocupado por mais veículos porque a frota cresceu.
"Até quem não pegava mais a marginal voltou a usar, e então já excedeu a capacidade da via", diz Horácio Figueira, mestre em transportes pela USP. "Como você faz uma obra de R$ 2 bilhões com vida útil menor que três anos? Foi dinheiro jogado no lixo."
Para Flamínio Fichmann, urbanista, a obra foi importante. "O fato de ter lotado de veículos mostra que ela era necessária. Mas deveriam ter sido criadas faixas exclusivas para ônibus, para o transporte coletivo ser beneficiado."
Fonte: Folha de S. Paulo, 24 de março de 2013