Esse crescimento de 29% nas internações custou, no total, R$ 140,5 milhões no período. Neste ano, dados de janeiro a junho indicam 21,3 mil internações e gastos de R$ 30,1 milhões no atendimento dos pacientes.
A fisiatra Júlia Greve, da rede estadual de saúde, relaciona o crescimento no número de internações de vítimas da violência no trânsito ao aumento no número dos acidentes e internações de motociclistas. "Acidentes com moto vêm aumentando e compõem a maior parte dos atendimentos feitos pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), casos graves que resultam em internações. Possivelmente, o fator moto explica esse crescimento."
Motociclistas e pedestres lideram as vítimas graves de acidentes automobilísticos internadas em hospitais públicos. Entre 2008 e 2010, houve 47,2 mil internações de motociclistas e 27,8 mil de pedestres.
Lei seca
A falta de um impacto duradouro da lei seca no Estado de São Paulo também é um fator a ser considerado, na visão de especialistas. Para José Montal, vice-presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), a lei seca teve menor impacto em São Paulo do que em outros Estados. "Voltaram a apertar o cerco ao condutor que dirige sob efeito de álcool. Os números mostram que esse combate pode diminuir em mais de 30% os acidentes graves."
Fonte: O Estado de S. Paulo, 25 de agosto de 2011