O monitoramento da SPTrans (órgão municipal de transporte), obtido pela Folha, reflete dias úteis e meses típicos nas horas mais complicadas das nove principais pistas exclusivas (e da Radial Leste, que terá uma). Em relação a 2010, houve melhoria na média da capital, porém tímida e ainda aquém da meta da gestão Gilberto Kassab de aumentar a velocidade em 15%. O maior salto foi à tarde, de 14,1 km/h para 15,1 km. O engenheiro Jaime Waisman, professor da USP, diz que esse ritmo, semelhante ao dos carros, é muito baixo, afastando a pretensão de levar os usuários do transporte individual aos coletivos. O desejável, afirma, mesmo na hora mais crítica, seria de 20 km/h a 25 km/h. Técnicos da SPTrans costumam considerar boas as velocidades acima de 18 km/h.
Entre os agravantes estão: invasão dos corredores por carros, entrada e saída de táxis, falhas no pavimento, superlotação e falta de racionalização de linhas e de áreas de ultrapassagem para evitar as filas de ônibus nos pontos.
Sem alternativa
Durante quatro meses, 28% das velocidades médias caíram em relação a 2010 e 72% tiveram melhoria. Mas a meta de aumento da velocidade só foi atingida em 16%. Os dados se referem ao momento mais lento do dia, que varia em cada lugar. No corredor João Dias, é às 6h30. No Nove de Julho, às 9h. O corredor Campo Limpo-Rebouças-Centro também se destaca entre os piores. Percorrê-lo de ponta a ponta à tarde chega a demorar uma hora e 25 minutos. Os corredores Inajar e Pirituba enfrentam gargalos para atravessar as pontes da marginal Tietê. Não há metrô como alternativa.
Para a SPTrans, meta ainda será atingida em 2011
A SPTrans (empresa que gerencia o transporte municipal) diz que pretende atingir a meta de 15% de aumento na velocidade dos ônibus ainda neste ano. Para ela, isso equivale a incluir 2.250 coletivos nas ruas.
Fonte: Folha de S. Paulo, 30 de agosto de 2011