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Dos 40 cinemas que estavam em atividade nas ruas do centro de São Paulo há exatos 25 anos, 14 foram transformados em outros empreendimentos. A maioria virou estacionamento. Para especialistas, a degradação do centro nas últimas décadas determinou o fechamento das salas. O público deixou de frequentar os cinemas da região por medo da violência. Os estacionamentos ocuparam o lugar de oito cinemas. Dois se tornaram shoppings populares. Uma igreja evangélica, um estúdio de tevê, um teatro e um hotel surgiram no local de outras quatro salas. Um cinema foi demolido, 13 estavam fechados, sem nenhum tipo de uso, e outros 10 tentam sobreviver exibindo filmes pornográficos, segundo reportagem do Jornal da Tarde.
Apenas dois cinemas resistem no centro com filmes do circuito comercial em cartaz ou mostras com temas específicos. O Marabá, inaugurado em 1945 na Avenida Ipiranga, ficou fechado para reforma durante dois anos e foi reaberto em 2009 pela PlayArte, distribuidora brasileira de filmes. O Olido, localizado desde 1957 na Avenida São João, passou a ser administrado pela Prefeitura em 2004.
Para o urbanista Nabil Bonduki, professor de Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), o poder público deveria reabrir os cinemas que estão fechados, pois isso ajudaria no processo de revitalização da cidade. "Não dá para dispensar uma área de valor histórico e cultural que poderia ser recuperada como espaço de uso da população e deixá-la se transformar num estacionamento para atender um número relativamente pequeno de veículos", disse o urbanista. De acordo com Bonduki, o fim dos cinemas de rua diminui a circulação das pessoas no centro da cidade, fator determinante para a recuperação de regiões deterioradas. "Com o desaparecimento dos cinemas de rua, desaparece a possibilidade de a cidade ter qualquer tipo de atividade na rua. Isso gera um processo de desertificação das ruas, com o crescimento de problemas como a violência", observou o professor.
O presidente da Associação Preserva São Paulo, Jorge Eduardo Rubies, também defende a reativação de algumas salas para que o centro da cidade volte a ser um lugar frequentável à noite. "Se o poder público mantém o cinema de rua ativo, todo o entorno vai se beneficiar. Restaurantes, lanchonetes e bares vão ficar movimentados, pois passarão a ser frequentados pelo público do cinema. E com mais gente circulando pelas ruas, as vias públicas ficam mais seguras", afirmou Rubies. Segundo ele, um exemplo claro de como o fechamento de um cinema interfere na redução de clientes de outros estabelecimentos comerciais pode ser visto no caso do Belas Artes, na região da Avenida Paulista, que deixou de exibir filmes depois que o proprietário do prédio decidiu não renovar o contrato de aluguel com os donos do cinema. "O movimento da pizzaria Micheluccio caiu bastante em virtude do fechamento do Belas Artes. Os comerciantes da região lamentam a perda dos clientes que frequentavam o cinema."
Fonte: Jornal da Tarde (SP), 28 de agosto de 2011

Categoria: Fique por Dentro


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