Os trechos subterrâneos já estavam previstos no projeto de referência (feito por uma consultoria britânica) - que é usado como base para os estudos de viabilidade do trem-bala e que tem servido para consulta pública -, mas a diferença é que agora essa será uma exigência do projeto final. "Em São Paulo será todo subterrâneo, vai ser uma exigência. Antes existia flexibilidade, a possibilidade de discutir alternativas. Mas agora já está definido e passa a ser uma exigência do projeto", disse.
No Rio, o projeto segue a mesma linha, e o trecho subterrâneo também passa a ser exigência, sem possibilidade de alternativas. Na capital carioca, o trecho subterrâneo ganha ainda o acréscimo de cerca de 4 km de túneis, e passa a ter, no total, aproximadamente 15 km, segundo Figueiredo.
Os túneis vão da estação Leopoldina (próxima à estação ferroviária) até a saída para Duque de Caxias, de acordo com o diretor-geral. Em São Paulo, seriam cerca de 15 km, que "começam pouco depois do aeroporto internacional de Guarulhos e vão até a saída para Jundiaí, englobando todas as áreas densamente povoadas".
Dos cerca de 511 km da obra, já estão previstos 90,9 km de túneis (ou 18% do total), além de 107,8 km de pontes (21%) e 312,1 km de trechos de superfície (61%) - que serão isolados por muros e cercas - no projeto-referência. Segundo o diretor-geral da ANTT, com os novos trechos subterrâneos, o total de túneis sobe para "cerca de 100 km".
Figueiredo contou que essa decisão não foi motivada pela polêmica causada pelo projeto em locais por onde o trem-bala passará, em especial na capital carioca. A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) questionou o traçado, que atravessaria o campus da universidade e atrapalharia seus planos de expansão. Questões como segurança e interferência no meio ambiente seriam os motivos da nova exigência, segundo Figueiredo. "A linha elevada gera interferência no meio urbano, além de ter um método construtivo complicado. Há a questão da segurança, pois passa pela Linha Vermelha, e da velocidade, que no trecho subterrâneo pode ser maior", explicou. "A decisão foi tomada independentemente desta questão. Antes disso já havia essa decisão. Foi uma reavaliação do traçado no Rio, e vimos que era mais conveniente, até do ponto de vista orçamentário", afirmou.
De acordo com Figueiredo, a nova imposição do projeto não deve aumentar o custo total da obra, orçada em R$ 34,626 bilhões.
Raio-X do projeto - fonte: Relatório Halcrow/Sinergia:
350 km/h - Velocidade máxima
32.608 passageiros por dia em 2014
R$ 34,626 bilhões - Custo estimado
2014 - Previsão de inauguração
De 458 a 600 - Número de assentos
Trechos
Barão de Mauá-Galeão - 15,2 km
Galeão-Barra Mansa/Volta Redonda - 103,1 km
Barra Mansa/Volta Redonda-S. J. dos Campos - 210, 4 km
S.J. Campos-Guarulhos - 61,8 km
Guarulhos-Campo de Marte - 21,8 km
Campo de Marte-Viracopos - 75,3 km
Viracopos-Campinas - 23,2 km
Fonte: UOL Notícias, 22 de agosto de 2009