O secretário municipal de Transportes de São Paulo, Alexandre de Moraes, queixa-se da ação dos ilegais. "As pessoas esquecem seu talão de Zona Azul e acabavam comprando as folhas com sobrepreço, por comodidade ou pressão do flanelinha." Quanto à possível depredação desses equipamentos apontado por alguns especialistas, o secretário disse que a empresa vencedora da licitação vai fazer questão de manter uma segurança para evitá-las.
Por experiência própria, Ed já vai avisando: "Quem precisa trabalhar não desiste nunca." Para conviver com os parquímetros, ele teve de se adaptar e oferecer facilidades. Na época dos talões, superfaturava R$ 1,00 nas folhinhas. E era só ficar atento aos carros. Agora, para se aliar às máquinas, oferece aos motoristas a mordomia de não ter de caminhar até o parquímetro. Não tem moedas? Ele troca toda semana R$ 100,00 no banco para socorrer quem só tem cédula ou cartão.
Para quem precisa ultrapassar o tempo limite de duas horas, Ed fica com as chaves, muda o carro de lugar e compra um novo comprovante. Tudo é acertado no fim do dia. Por uma hora de estacionamento, o sistema oficial da Prefeitura cobra R$ 1,50. O flanelinha vende por R$ 1,00 a mais. Duas horas saem um pouco mais caro: R$ 5,00. O lucro é o mesmo da época do talão, o que mudou, segundo Ed, é que agora ele tem "mais responsabilidade".
A prefeitura reconhece que os parquímetros não acabaram com os "flanelinhas" e parece não se importar muito com isso. As vagas ao redor da sede municipal são todas controladas em parceria: "parquímetro-guardador de carro". "Quando dá algum problema no equipamento, eles nos avisam", disse Cláudio Attili, diretor de Trânsito de Guarulhos.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 21 de agosto de 2009