Só que, se for levado em conta apenas o horário de pico da manhã, justamente quando grande parte dos fretados cruza a Capital, houve até aumento na lentidão na semana passada em relação a 2008 - mais precisamente de 11%. Na semana passada, o Estado compilou diariamente os índices de congestionamento da cidade, hora a hora, das 7 às 20 horas. Para comparar os valores, a reportagem utilizou como base os dados enviados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) no ano passado, que também mostravam hora a hora os índices de lentidão de agosto de 2008.
A Assessoria de Imprensa da CET foi procurada na tarde de sexta-feira para que fosse possível obter essa comparação diretamente com o órgão, mas ela informou apenas que um balanço oficial seria divulgado nesta semana. O resultado não deve mudar o discurso dos dois lados, apenas encorpá-lo - enquanto o governo pode afirmar que conseguiu reduzir os congestionamentos, as empresas de fretados dizem que a redução é muito pequena frente aos problemas causados para os usuários.
Conforme o Estado mostrou no dia 13, os ônibus fretados criaram as próprias rotas alternativas para fugir dos 70 km2 da zona de restrição. Muitos acabaram caindo nas vias que contornam a área de proibição, como a Marginal do Pinheiros e a Avenida dos Bandeirantes, na zona sul, ou preferiram fugir dos congestionamentos dos grandes corredores atravessando bairros predominantemente residenciais. Isso causou transtornos aos moradores e aumentou a sensação de piora no trânsito local.
Berrini e Radial
Documentos enviados pela Secretaria Municipal dos Transportes ao Ministério Público Estadual (MPE) também mostram que duas das três vias da capital com maior circulação de ônibus fretados no horário de pico da tarde não fazem parte da restrição, em vigor desde o dia 27 de julho. São elas a Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, que recebe 253 ônibus fretados no pico da tarde, e a Radial Leste, com 251 desses veículos no período.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 25 de agosto de 2009