Dirigir na chuva exige atenção redobrada do motorista. As recomendações básicas, independente de uma chuva fina ou uma pancada, são diminuir a velocidade, acender o farol, ligar o limpador de para-brisa, o desembaçador e manter a distância de ao menos dois carros em relação ao automóvel à sua frente.
- Dicas de especialistas em segurança no trânsito
Não atravesse alagamentos. Se o volume das chuvas aumentar e houver alagamento, pode ser o caso de optar por uma pausa antes de seguir viagem. Até metade da altura da roda você consegue ter condições mínimas de dirigibilidade. A partir daí o veículo fica exposto a panes mecânicas. Debaixo da enchente é impossível saber os obstáculos, buracos ou sujeiras que existem no asfalto. Além disso, há a possibilidade de o veículo flutuar e ser arrastado pela enxurrada, o que coloca em risco a segurança do motorista e de seus passageiros. Agora, se não for possível parar o carro em local seguro e você tiver de passar por um ponto alagado, siga as dicas:
- Depois de enfrentar a enchente, o centro automotivo Chevy Auto Center recomenda trocar os óleos do motor, transmissão e diferencial do veículo, limpar a parte externa do radiador, verificar o filtro de ar, checar se há água nos faróis e limpar o sistema de freios, além de efetuar a higienização da parte interna do carro - lavagem de bancos, carpete e forrações para evitar o mau cheiro.
- No caso de veículos que possuam seguro, o segurado deve comunicar imediatamente seu corretor de seguros ou a Central 24 horas de atendimento da empresa, solicitando um guincho para levar o veículo a um local seguro. De acordo com a Porto Seguro, o segurado poderá levar o veículo à oficina de sua preferência, mas não deve autorizar o conserto antes da liberação da seguradora. A liberação será feita por um técnico da empresa, que avaliará se o veículo pode ser recuperado ou se houve perda total.
- Perda total do veículo
Se os danos superaram 70% do valor do veículo, é considerado perda total. A indenização é igual à de uma batida normal de um automóvel.
No entanto, o motorista só será indenizado após minuciosa avaliação da seguradora, que deve comprovar que não houve um agravamento de risco desnecessário, como atravessar uma rua alagada por sua conta e risco.
- Quando dá para recuperar o carro
Para quem não tem seguro ou o sinistro não foi de perda total, não é o fim. "Todos os carros podem ser recuperados. Tudo depende do que aconteceu", explica Murilo Alves, coordenador técnico de mecânica do Senai. Os danos podem variar desde prejuízos ao motor, parte elétrica, funilaria ou estofamento e acabamento. "Se o dano for só o motor, o conserto vai de R$ 2 mil a R$ 3 mil", garante Alves. Isso num modelo popular. O reparo de um motor Audi não sai por menos de R$ 8 mil.
Agora, se a manutenção envolver todas as partes do carro, prepare o bolso. A chuva resultará num prejuízo de R$ 8 mil a R$ 10 mil em veículos pequenos. Nesses casos, o trabalho engloba a parte mecânica, elétrica, funilaria e limpeza e o carro poderá ficar até dois meses na oficina.
- Antes de tudo, faça o seguro do carro
Antes de enfrentar a chuva, recomenda-se que se faça o seguro do veículo para proteger o bolso dos alagamentos. Desde 2004, a Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão que fiscaliza as operações de seguro, determinou que todos os planos básicos - com cobertura contra colisão, incêndio e roubo - se responsabilizem também por submersão total ou parcial do veículo em água doce, inclusive se ele estiver guardado no subsolo. "Quando a água fica abaixo do painel, às vezes é passível de recuperação, mas quando o motor é afetado, se aproxima de uma perda total, quando o prejuízo supera 75% do valor segurado", explica Marcelo Sebastião, diretor do produto auto da Porto Seguro. Ter o carro assegurado garante que uma enchente não seja um grande prejuízo para o proprietário do automóvel.
Fonte: portal G1, 8 de dezembro de 2009