"Teremos o melhor Natal desde 1998, a última vez que as vendas aumentaram 12% em dezembro na comparação anual", diz o diretor executivo Antonio Carlos Borges. Entre os setores que devem apresentar as maiores taxas de crescimento em dezembro estão eletrodomésticos e eletroeletrônicos, com alta de 27%, lojas de departamento (19%), farmácias e perfumarias (18%), vestuário, tecidos e calçados (12%) e material de construção (11%).
O Magazine Luiza, segunda maior rede de eletroeletrônicos e móveis do País, depois da recente união do Ponto Frio e Extra Eletro com as Casas Bahia, confirma o vigor atual das vendas. Na primeira semana do mês, o faturamento da companhia cresceu 25% em relação ao mesmo período de dezembro de 2008, levando em conta as mesmas lojas, afirma o superintendente da rede, Marcelo Silva. "Este será o melhor Natal dos últimos cinco anos", prevê.
Duas pesquisas nacionais feitas este mês pela Fecomércio, com cerca de 1.500 entrevistados, entre consumidores e empresários do varejo, sinalizam otimismo generalizado.
A enquete com consumidores revela que 57% dos entrevistados abriram mão de algum sonho de consumo no ano passado por causa da crise e esse desejo represado deve se realizar neste fim de ano. Segundo a enquete, eletrodomésticos com 18% das indicações dos consumidores, carros (11%) e televisores (10%) estão entre os produtos com maiores índices de intenção de compra para este fim de ano. Como são itens de alto valor unitário, isso reforça a tese de que o gasto será elevado neste Natal. Para 2010, o maior sonho de consumo apontado pelos entrevistados é a compra de um carro (31%), seguido por imóvel (18%) e viagem (9%).
Para Borges, esse cenário favorável para o consumo, sustentado pelo crescimento da renda, do emprego e do crédito, deve perdurar no ano que vem. Para o ano todo de 2010, ele projeta crescimento de vendas do varejo de 6%. O economista ressalta que, em dois anos, 2009 e 2010, a receita anual do setor será ampliada em 10%. Neste ano, o varejo deve crescer 4%.
INADIMPLÊNCIA
"Nada deve estragar o cenário favorável para o varejo no ano que vem", prevê Borges, lembrando que se trata de um ano eleitoral. Nem mesmo o crescimento da inadimplência deste mês, com 20% dos consumidores com contas em atraso, ante 14% em novembro e 15% em dezembro de 2008, preocupa o economista. É que o indicador dos consumidores inadimplentes que declararam que não terão condições de quitar as dívidas ficou estabilizado em 6% .
O diretor da Fecomércio ressalta que o elemento-chave para o consumidor se planejar é a expectativa em relação ao emprego. E essa variável continua favorável tanto na ótica dos consumidores como do lado dos empregadores. Segundo pesquisa com consumidores, 81,4% dos entrevistados acreditam que o emprego vai crescer no ano que vem e 71,1% têm expectativas muito positivas em relação a sua situação profissional no próximo ano.
Do lado das empresas varejistas, o cenário também é favorável, com 76,9% das companhias declarando que vão ampliar o emprego no ano que vem.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 8 de dezembro de 2009