Compartilhada nas redes sociais, a petição - hospedada no Avaaz, site especializado nesse tipo de pedido - tinha 77 mil assinaturas até dia 22. "Começou com três pessoas. Passei a divulgar no Facebook e bombou", conta Zillig. A meta é chegar a 100 mil assinaturas.
Depois, ele pretende levar a lista à Assembleia Legislativa para que, "com a pressão popular", um projeto possa ser discutido. "A cidade de São Paulo não para, muitas pessoas trabalham à noite. O metrô, às vezes, é a única opção para voltar para casa."
Argumenta ainda que com o aperto da fiscalização da lei seca há poucas opções de transporte após a meia-noite. "Sou a favor da lei, mas como voltamos pra casa depois da balada? O táxi é caro, ônibus noturnos são poucos e não chegam a todos os lugares."
As cinco linhas do metrô fecham à meia-noite.
Durante a madrugada, trens e vias passam por limpeza e vistorias. Trilhos podem ser trocados. Essa manutenção diária é o principal empecilho para que o horário de funcionamento seja ampliado, segundo a companhia.
Para ser feita, a circulação de trens precisa ser completamente interrompida.
Segundo o presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Ailton Brasiliense, o metrô de São Paulo teria um colapso se circulasse por 24 horas. "A manutenção é essencial. Um trem não sai do lugar se uma porta estiver aberta, por exemplo. Teríamos que abrir mão de uma série de procedimentos de segurança."
O custo de operação seria maior e a tarifa de embarque, calcula Brasiliense, teria de aumentar bastante. "Em São Paulo acho praticamente impossível isso acontecer. O custo é inviável." O metrô transporta cerca de 4,6 milhões de pessoas durante o dia. De madrugada, este número cairia no máximo para 100 mil, prevê Brasiliense.
No horário, o transporte de passageiros na cidade é feito principalmente por ônibus.
A SPtrans, empresa que gerencia o transporte municipal, diz que existem 98 linhas que funcionam na madrugada.
O metrô informa que não descarta aumentar o horário de funcionamento das linhas dependendo da demanda, mas não diz se tem um plano para ampliar a operação.
Fonte: Folha de S. Paulo, 24 de fevereiro de 2013